Graça Foster: nos últimos meses, Pasadena vem dando resultados positivos
Em audiência pública realizada nesta quarta-feira, 30, pela Câmara, a pedido de deputados que cobram explicações sobre o prejuízo que a Petrobras teve ao adquirir a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, afirmou que a refinaria apresentou resultados positivos nos últimos três meses.
“A Petrobras não investe para fazer resultado negativo. Tivemos resultado negativo na minha área, gás e energia, durante anos e já revertemos”, comparou a presidente da Petrobras. “A ansiedade para que a gente possa fazer uma Pasadena melhor existe.”
Ela disse ainda que, para o fechamento do negócio, houve apuração do risco e que esse procedimento é praxe em todas as operações da Petrobras. “Se existem práticas que não são práticas do negócio e que levaram à perda de resultado, a comissão da Petrobras vai tirar a sua conclusão. Se houver evidências de mal uso do conhecimento, os empregados responsáveis serão chamados a responder por suas ações”, afirmou Graça Foster.
Prevaricação
A audiência pública foi marcada por acusações da oposição de prevaricação contra a presidente Dilma Rousseff, que era presidente do conselho de administração da Petrobras em 2006, quando o colegiado da estatal aprovou, por unanimidade, a aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).
Há dois meses, Dilma admitiu, por meio de nota, que só aprovou a aquisição da refinaria porque as cláusulas put option e marlim foram omitidas do resumo executivo apresentado por Nestor Cerveró, então diretor da área internacional da Petrobras. A presidente relatou que só tomou conhecimento dessas cláusulas em 2008, quando a sócia da estatal em Pasadena, a belga Astra Oil, decidiu exercer a cláusula de saída do negócio (put).
Ocorre que Cerveró não sofreu punição. Naquela data, deixou a diretoria internacional da Petrobras, mas assumiu a diretoria financeira da BR Distribuidora, controlada pela estatal.
Durante a audiência com Graça Foster, a acusação de que Dilma teria prevaricado, ao não tomar nenhuma atitude contra Cerveró quando soube que recebeu um documento “falho”, seis anos atrás, partiu dos deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Mendonça Filho (DEM-PE).
Durante a sua exposição, Graça Foster evitou explicar por que Nestor Cerveró não foi demitido da Petrobras em 2008. Disse apenas que, à época, ela não fazia parte do conselho administrativo da Petrobras. À época da aquisição de Pasadena, o conselho de administração da estatal, presidido por Dilma, tinha a participação de Silas Rondeau Cavalcanti Silva, Guido Mantega, Sérgio Gabrielli, Gleuber Vieira, Arthur Antonio Sendas, Roger Agnelli, Fábio Barbosa e Jorge Gerdau.
Fonte: André Borges e Fábio Brandt / Foto: Agência Brasil