Presidente da Camorim fala sobre a trajetória de sucesso da companhia e o atual mercado de trabalho para os marítimos

Considerada o coração do Grupo Camorim por ser a primeira empresa a ser fundada e dar início à trajetória de conquistas da corporação. A Camorim Serviços Marítimos começou sua história em 1995, com apenas 8 funcionários e 2 rebocadores afretados. Na época, as operações estavam concentradas nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Em busca de crescimento no mercado, a empresa apostou na modernização da frota de apoio portuário, dando início ao projeto de construção de novos rebocadores, investiu na aquisição do seu estaleiro, e colocou em prática o plano de expansão nacional – que contempla a abertura de filiais em outros estados e a atuação da companhia nos principais portos do Brasil.

Hoje, o grupo possui quatro divisões de operações, mais de 800 funcionários e uma frota que ultrapassa 150 embarcações, entre rebocadores, balsas, lanchas, LHs, PSVs e AHTs.  O estaleiro Camorim, localizado na Ilha da Conceição, conta com 25.839m² de área total, sendo considerado um dos maiores hubs de logística offshore do estado do Rio de Janeiro.

Em entrevista exclusiva para a Revista SINCOMAM, o Presidente e Fundador da Camorim Serviços Marítimos, Carlos Renato Penna de Carvalho, fala sobre a trajetória de conquistas da empresa, os desafios do mercado de trabalho marítimo e portuário, e a satisfatória relação da Companhia com o SINCOMAM.

“Estamos certos de que a Família Camorim é composta pelos melhores profissionais do mercado e são eles o maior patrimônio da empresa. Temos orgulho de dizer que muitos dos que hoje são Comandantes e Chefes de máquinas iniciaram sua carreira marítima dentro da empresa”, declarou o Presidente da Camorim.

Revista SINCOMAM – Para conhecermos melhor o Grupo Camorim, poderia nos relatar sua trajetória?

Presidente da Camorim, Carlos Renato Penna de Carvalho – A Camorim Serviços Marítimos começou sua história em 1995, com apenas 8 funcionários e 2 rebocadores afretados. Unindo minha sólida experiência no setor de apoio portuário e a excelência na execução dos serviços prestados, a empresa foi capaz, em apenas um ano, de agregar à sua frota os primeiros rebocadores próprios e conquistar importantes clientes, solidificando a trajetória de sucesso da companhia e abrindo portas para a criação das outras empresas do grupo.

Ao longo dos anos, a Camorim acompanhou a modernização do setor portuário agregando à frota sempre os rebocadores mais potentes oferecidos no mercado. Além de investir, em 2000, na aquisição do Estaleiro Camorim, na época com 10 mil m2. O expressivo aumento da capacidade operacional da empresa viabilizou a abertura de uma nova filial em Vitória (ES) no ano de 2008, a primeira do Grupo fora do estado do Rio de Janeiro. Em 2017, um ambicioso plano de expansão da atuação no setor portuário foi colocado em prática abrindo em apenas três anos, sete novas filiais. Contabilizando atualmente 10 filiais ao longo de toda a costa brasileira.

Durante seus 25 anos de trajetória, diversos investimentos foram feitos pela empresa. Hoje, o Grupo Camorim conta com mais de 800 funcionários e uma frota que ultrapassa 150 embarcações, entre rebocadores, balsas, lanchas, LHs, PSVs e AHTs. E seu estaleiro, atual sede do Grupo, possui uma área de 20.350 m2, sendo dotado de uma carreira de encalhe/docagem, um dique flutuante, diversas facilidades para construção e reparo de embarcações, e um TUP – Terminal de Uso Privativo (devidamente outorgado pela ANTAQ), que permite a empresa funcione também, como base logística para operações offshore.

Toda esta estrutura auxilia a Camorim a destacar-se no setor marítimo, portuário e offshore. Porém, é a experiência de nossos colaboradores que fazem com que a companhia esteja sempre em evidência no mercado, sendo inclusive considerada empresa referência em manobras de alta complexidade.

R.S. – Quantas empresas compõem o Grupo Camorim?

Carlos Renato Penna de Carvalho – O Grupo CAMORIM é constituído das seguintes Empresas: CAMORIM Serviços Marítimos Ltda. – Foi a primeira empresa do Grupo e atua nos setores de Apoio Portuário e Marítimo; CAMORIM OFFSHORE Serviços Marítimos Ltda. – Atua no mercado offshore, trabalhando no transporte de apoio às plataformas pela costa brasileira; OCEANBOAT Serviços Marítimos Ltda. – Empresa de lanchas especializada no transporte de passageiros e pequenas cargas; DIALCAR Serviços Marítimos Ltda. – Atua no fornecimento de água para as plataformas e navios no interior da Baía de Guanabara; EQUIPEMORIM Serviços Marítimos Ltda. – Atua no apoio Portuário, Apoio Marítimo e principalmente em serviços de Cabotagem.

R.S. – Em relação a qualificação e reciclagem de seus marítimos. Existe algum projeto de educação profissionalizante apoiado pela empresa?

Carlos Renato Penna de Carvalho – Possuímos uma equipe de SMS treinada e qualificada para fornecer treinamentos e reciclagens aos nossos colaboradores tanto em terra quanto a bordo. Os treinamentos técnicos, teóricos e práticos, conforme NRs exigidas pelo Ministério do Trabalho, são realizados dentro de uma sala de aula específica em nossa sede e também em embarcações e ambientes externos dentro do próprio estaleiro da empresa onde simulamos diversas situações práticas, como por exemplo, resgate em altura, espaços confinados, etc.

Fornecemos também estágios para os marítimos de diversas categorias formados pelo CIAGA, além de incentivarmos outros cursos e formações na área marítima através de visitas técnicas onde recebemos diversos estudantes de diferentes cursos como técnicos e engenharias. Através destas oportunidades, os estudantes e recém-formados têm a chance de conhecer a realidade da empresa, visitando diversos setores e conhecendo na prática as embarcações, rotinas dos marinheiros e processos de produção. Vale lembrar também que a Camorim, enquanto permitido pela Marinha, patrocinou cinco turmas de formação de Moço de Convés, não só para os seus tripulantes, como para tripulantes de outras Empresas do ramo marítimo.

R.S. – Como a empresa avalia a relevância do ACT/Sindicato, na vida profissional dos marítimos?

Carlos Renato Penna de Carvalho – A Empresa sempre considerou a negociação como o melhor caminho para a solução de divergências, de qualquer natureza. Portanto, o § 1º do art. 611 da CLT, que facultou aos sindicatos representativos das categorias profissionais, a celebração de acordos coletivos de trabalho, foi um avanço na Legislação Trabalhista, facilitando a vida dos profissionais, pois, evita a longa espera pela solução da Convenção Coletiva ou do Dissídio Coletivo.

R.S. – A empresa está satisfeita com o desempenho dos CDM’s, no exercício de suas funções a bordo das embarcações?

Carlos Renato Penna de Carvalho –  Consideramos a Camorim como uma grande família, estamos todos satisfeitos. A empresa com o desempenho dos CDM’s e estes com tratamento e respeito que lhes são dedicados pela empresa.

R.S. – Você acredita que os trabalhadores aquaviários estão cientes dos seus direitos e deveres?

Carlos Renato Penna de Carvalho – Acreditamos que sim, pois faz parte do nosso Sistema de Gestão informar a todos os colaboradores dos seus direitos e deveres, bem como, disponibilizamos meios para que o colaborador opine, critique e pergunte sobre qualquer assunto.

R.S. – Qual é o perfil profissional exigido pela Camorim no ato da contratação do Condutor de Máquinas?

Carlos Renato Penna de Carvalho – Na maioria das nossas embarcações, o CDM é o Chefe de Máquinas, portanto, conforme o Manual Geral do Sistema de Gestão da Empresa, o candidato deve possuir toda a qualificação profissional, conforme previsto na legislação vigente, sendo ela, os cursos exigidos pela Capitania dos Portos, formação de aquaviário conforme sua categoria, além das certificações específicas exigidas pelas normas regulamentadoras de acordo com a categoria profissional. Acompanhando a evolução e as constantes novas demandas de qualificação exigidas pelo mercado, a empresa oferece treinamentos e reciclagens aos marítimos dentro da própria empresa como forma de mantê-los sempre qualificados e atualizados.

R.S. – Como os aquaviários e seus respectivos sindicatos podem contribuir para o crescimento da Camorim?

Carlos Renato Penna de Carvalho – Acreditamos que quando o desempenho dos aquaviários atende ao disposto no nosso Manual Geral, conforme explanado no item anterior, eles já estão contribuindo para o crescimento da empresa, que se firmou no mercado trabalhando com credibilidade, qualidade e competência. Da mesma forma, os Sindicatos, quando cumprem o seu papel de amparar, orientar e informar aos profissionais que representam, já estão também contribuindo.

R.S. – Quais são os maiores desafios enfrentados pela empresa hoje?

Carlos Renato Penna de Carvalho – A concorrência acirrada do setor portuário é um desafio que superamos diariamente. A qualidade do nosso time de profissionais e dos serviços prestados facilita a disputa, porém não anula o obstáculo. Além disso, as altas cargas tributárias brasileiras dificultam a empresa de se recuperar da crise financeira que atingiu o país impossibilitando o crescimento, e consequentemente a geração de novos postos de trabalho.

“Infelizmente, devido à crise, foi preciso reduzir parte de nosso contingente marítimo. Estamos confiantes com o crescimento do mercado para que possamos dar oportunidade aos grandes profissionais que estão à procura de uma chance de recolocação no mercado de trabalho”, reforçou o fundador da Camorim, Carlos Renato Penna de Carvalho. 

R.S. – Quais são as providências adotadas pela frente parlamentar da M. M. com objetivo de aumentar a competitividade e gerar novos empregos?

Carlos Renato Penna de Carvalho – As providências referem-se à liberação de embarcações estrangeiras para operarem no Brasil. Independente das consequências dessas mudanças, a empresa confia na excelência de seus serviços e na qualificação de seus colaboradores e considera-se preparada para qualquer mudança no setor.

R.S. – Há perspectivas de investimentos em embarcações próprias da Camorim para o mercado marítimo e portuário, ainda nesse ano?

Carlos Renato Penna de Carvalho – Atualmente estamos em processo de construção de um Line-Handler (último de uma série de 6 LHs) e sua entrega está prevista para o final de 2020. O mercado atual está em processo de recuperação da crise que atingiu o setor nos últimos anos e acreditamos na futura melhoria do mercado, o que possibilitaria, em um futuro próximo, a construção de novas embarcações.

Acesse aqui a Revista SINCOMAM e leia essa e outras matérias na íntegra.

Fonte: SINCOMAM / Margarida Putti

Foto: divulgação Camorim / Embarcação Esmeralda Camorim