Licença para o estaleiro EBR sai em setembro

Uma questão que está preocupando os trabalhadores do setor da construção naval no Estado está prestes a ser resolvida: a liberação da licença ambiental de operação do Estaleiro EBR, complexo que está sendo finalizado no município de São José do Norte. Fontes que acompanham o desenvolvimento da estrutura afirmam que faltam poucos detalhes para o documento ser aprovado, o que deve ocorrer antes do fim de setembro.

Em nota, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) manifesta que aguarda documentação final e alguns ajustes por parte da empresa EBR com vistas à emissão da licença de operação parcial e vai continuar acompanhando as obras do estaleiro. De acordo com a assessoria de imprensa da pasta, a Fepam tem realizado reuniões técnicas com representantes da companhia (a mais recente ocorreu na segunda-feira) para a solução de pontos que ainda estão pendentes. Entre os quais estão: a definição da embarcação que irá transportar os empregados de Rio Grande para São José do Norte; a suspensão da passagem de caminhões pela zona urbana de São José do Norte, e o cronograma da execução dos projetos de restauração da antiga Intendência, da Igreja Matriz de São José e do Farol da Atalaia, entre outros.

O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Rio Grande e São José do Norte, Sadi Machado, ressalta que a demora quanto à obtenção da licença preocupa devido ao que o dirigente chama de “recessão” do polo naval gaúcho. Atualmente, por exemplo, o canteiro de obras da QGI Brasil (antiga Quip) está sem atividade. Esse cenário, conforme fontes do setor, deve mudar no último trimestre do ano. Machado salienta que, com a baixa movimentação no momento, cerca de 2 mil a 3 mil trabalhadores encontram-se inativos.

O sindicalista detalha que a obra do próprio estaleiro EBR continua e está quase finalizada. Entretanto, o complexo já tem condições de antecipar o trabalho que será realizado na plataforma de petróleo P-74 (encomenda assegurada pelo EBR), com a preparação de módulos (equipamentos). Contudo, para isso, precisa da licença de operação. Com a confirmação desse documento, a expectativa é de que o grupo contrate cerca de 2,5 mil trabalhadores.

Machado frisa que a maior parte da mão de obra que atua nos estaleiros da Metade Sul é oriunda da região. O sindicalista revela que o receio é que o profissional que hoje atua no polo naval gaúcho crie o hábito de “pegar a estrada” em períodos de ociosidade. O dirigente argumenta que o mais difícil, que era formar os profissionais, foi feito, agora o desafio é mantê-los no Rio Grande do Sul. Machado também teme que o tempo para se conquistar a licença de operação possa afetar o cronograma do projeto encomendado ao estaleiro. Recentemente, integrantes do sindicato estiveram reunidos com o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, para expor o assunto.

Por contrato, o grupo EBR precisa entregar o seu primeiro serviço, a plataforma P-74, até o dia 16 de dezembro de 2015. O casco da estrutura, no qual será feita a integração dos módulos, deve chegar em São José do Norte ao final de 2014 ou começo de 2015. Procurada pela reportagem do Jornal do Comércio (JC), a companhia não se pronunciou sobre a espera pela licença ambiental.

Fonte: Jornal do Commercio (POA)/Jefferson Klein