Maior regata da América Latina nas águas da Baía de Guanabara
O último final de semana, foi dia de unir a prática esportiva e o amor pelo mar. A Baía de Guanabara foi palco de um dos eventos mais tradicionais do iatismo nacional: a Regata da Escola Naval (EN), no Rio de Janeiro. Velejadores de diversas partes do Brasil e do mundo se reuniram para disputar a maior regata da América Latina, com um mar de velas colorindo a paisagem carioca.
O evento, realizado anualmente no Dia do Velejador, segundo domingo de outubro, é uma celebração da maritimidade brasileira e reuniu 252 embarcações e 691 competidores participando em várias classes de veleiros. Além disso, o dia também contou com competições de canoagem e remo escaler.
Um dos momentos mais marcantes do evento foi o simbólico disparo do canhão para marcar a largada da Regata, feito pelo Diretor-Geral do Pessoal da Marinha, Almirante de Esquadra Renato Garcia Arruda.
Para o Comandante da Escola Naval, Contra-Almirante Vagner Belarmino de Oliveira, este evento está alinhado com a conscientização da sociedade brasileira da importância do mar e da Amazônia Azul para o País.
Também estiveram presentes para prestigiar e participar das competições, oito Marinhas Amigas: Argentina, China, Colômbia, Índia, Itália, Paquistão, Peru e Portugal.
Enquanto as embarcações deslizavam pela Baía, a Ilha de Villegagnon, sede histórica da EN, abriu seus portões para um público de aproximadamente 3.000 pessoas, que além de acompanharem de perto a competição, tiveram a chance de explorar exposições interativas com embarcações e aeronaves da Marinha, assistir à apresentação de cães de guerra e se encantar com o som da Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais.
A visita também incluiu o acesso ao museu da Escola Naval, ao planetário, uma exposição de carros antigos e o Circuito Carioca de Arte e Cultura. O local contou ainda com uma área de recreação infantil e um food park com diversas opções gastronômicas.
Para Ruth, que chegou cedo para acompanhar tudo de perto, o evento estava bem organizado. “É maravilhoso! Eu já estive aqui outras vezes, em outros anos. Já estive com a minha netinha de 8 anos e agora estou com meu outro netinho de 1 ano e 8 meses”, declarou.
Ao final das provas, os participantes se reuniram para a cerimônia de premiação. Com um cenário ao fundo composto pelo Pão de Açúcar e pelo Cristo Redentor, os vencedores da canoagem, veleiros rádio controlado, remo escaler e Marinhas amigas subiram ao pódio para receber suas medalhas. Algumas categorias terão suas premiações em outro dia. Na categoria das Marinhas Amigas, a equipe do Brasil ficou em primeiro lugar.
Pedro Silva, Aspirante da Escola Naval, ficou com a medalha de ouro com sua equipe, na categoria de Remo Escaler, que pela primeira vez na Regata da EN incluiu uma prova de 10 km de distância. “Tenho certeza que foi uma prova desafiadora para todos nós. O percurso foi algo inédito, nós nunca fizemos. Eu tenho certeza que todos nós vibramos muito”, contou.
O Aspirante Aguiar, que competiu na categoria RGS, afirmou que participar da regata é sempre uma honra. “Uma regata com percurso único, que tem emoção do início até o final pela quantidade de barcos na raia. Além disso, é uma ótima oportunidade de reunir os familiares e os amigos queridos num ambiente repleto de atrações militares e socioculturais”, declarou.
Da tradicional Marinha de Vela ao esporte: a arte de velejar
A história da Marinha brasileira remonta ao período da Independência, em 1822, quando se fez necessária a criação de uma Força Naval capaz de proteger o extenso litoral brasileiro e assegurar a soberania do novo País. Desde então, a Marinha herdou e desenvolveu a tradição da marinha de vela, uma prática dos tempos em que os navios à vela eram os principais meios de transporte e defesa marítima. Esses navios, movidos apenas pela força do vento, exigiam grandes conhecimentos de navegação, meteorologia e domínio das complexas manobras com as velas.
A tradição da marinha de vela não apenas formou marinheiros hábeis e experientes, mas também deixou um legado cultural e técnico.
Hoje, velejar é considerado um esporte náutico que pode ser praticado em diferentes tipos de barcos, desde os pequenos monotipos até grandes veleiros, e em águas tranquilas de lagos, rios ou nos mares mais desafiadores.
Além de proporcionar uma conexão com a natureza, velejar também exige uma combinação de força física, estratégia e trabalho em equipe, especialmente em competições. Regatas, por exemplo, são corridas de veleiros onde os participantes precisam traçar a melhor rota, considerando as condições do vento e do mar para chegar antes ao destino. O esporte desenvolve habilidades de planejamento e tomada de decisão, além de promover a convivência e a cooperação entre os velejadores.
Como ingressar na Marinha?
A Escola Naval, fundada em 1782, é a mais antiga instituição de ensino superior militar do Brasil, dedicada à formação de Oficiais para os Corpos da Armada (CA), Fuzileiros Navais (CFN) e Intendentes da Marinha (CIM). Seu curso é marcado pela disciplina e excelência.
Para ingressar, é necessário ser brasileiro nato, ter entre 18 e 23 anos, ser solteiro e sem filhos, além de ter concluído o Ensino Médio. O processo seletivo inclui provas de conhecimentos gerais, inspeção de saúde e teste de aptidão física, sendo aberto para homens e mulheres.
A Marinha possui muitas outras portas de entrada. As vagas, distribuídas pelos níveis fundamental, médio, médio técnico e superior, são voltadas para candidatos de 15 a 63 anos. As oportunidades abrangem concursos de carreira e processos seletivos para militares temporários, que podem servir por até 8 anos. Clique aqui e conheça todas as formas de ingresso.
Fonte: Agência Marinha de Notícias