Marinha defende plano nacional integrado para transição energética de navios

Marinha defende plano nacional integrado para transição energética de navios

Para que as metas de redução de emissão de gases do efeito estufa estabelecidas pela Organização Marítima Internacional (IMO, da sigla em inglês) sejam alcançadas, o Brasil precisará adotar medidas técnicas e operacionais, com previsão de aprovação em abril de 2025. A agência especializada das Nações Unidas pretende zerar o lançamento daqueles poluentes pelo transporte marítimo mundial até 2050. O assunto foi pauta de audiência pública da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal, que aconteceu nesta terça-feira (15), em Brasília (DF).

Segundo o assessor da comissão do governo brasileiro para assuntos ligados à IMO, Capitão de Mar e Guerra Flavio Haruo Mathuiy, o País será um dos mais impactados com a medida, em função das características das suas exportações, com produtos de grande volume, baixo valor agregado e mercados consumidores a longas distâncias. “Para enfrentarmos os desafios e aproveitarmos as oportunidades, precisamos de uma visão sistêmica e sinérgica, com foco em soluções integradas, adequação da infraestrutura, da produção de combustíveis sustentáveis, otimização dos corredores logísticos, modernização dos portos e adequação dos meios navais”, afirmou, sugerindo um plano nacional para a transição energética, que reúna iniciativas ministeriais já em andamento.

“É importante que haja um plano, porque não adianta nada o navio ser extremamente eficiente, carregar um combustível sustentável e ficar 15 dias fundeado na frente do porto, aguardando para carregar ou descarregar. Nessa situação, o navio continua emitindo. Então, perdeu-se toda a eficiência operacional investida no navio e no combustível de baixa emissão”, explicou o assessor sobre a necessidade de investimentos não apenas na substituição de combustíveis fósseis por alternativas menos poluentes, mas também em infraestrutura.

A audiência foi conduzida pelo senador Esperidião Amin, que prometeu promover um novo debate sobre o tema em 2025, quando as medidas da IMO para a transição energética já estiverem definidas. A comissão brasileira junto à agência das Nações Unidas é coordenada pela Marinha e composta por 14 órgãos de diversos ministérios. Ela participou das discussões que levaram à aprovação das metas mais ambiciosas de combate às mudanças climáticas, aprovadas em 2023 pelos países membros, defendendo os interesses nacionais.

Fonte: Agência Marinha de Notícias