Marinha do Brasil e Armada do Equador discutem cooperação e segurança marítima

Marinha do Brasil e Armada do Equador discutem cooperação e segurança marítima

Em um encontro que reforça a crescente cooperação na área de Defesa entre Brasil e Equador, o Comandante-Geral da Armada do Equador, Almirante Miguel Santiago Córdova Chehab, recebeu o Adido de Defesa, Naval e Aeronáutico do Brasil junto à República do Equador, Capitão de Mar e Guerra Marcelo Gouveia Goes, para discutir projetos navais e questões estratégicas de interesse bilateral. O encontro, realizado no dia 13 de setembro, destacou o fortalecimento dos laços entre as duas Marinhas e a importância da colaboração para a segurança marítima regional.

Projetos navais estratégicos discutidos entre Brasil e Equador

Durante a reunião, um dos temas centrais foi o interesse equatoriano nos projetos navais brasileiros, especialmente aqueles desenvolvidos no âmbito da Base Industrial de Defesa do Brasil. Entre os destaques, estão as Fragatas da Classe Tamandaré, que representam um avanço significativo para a Marinha do Brasil. Com tecnologia de ponta e capacidade de projeção de poder no mar, essas embarcações são vitais para a proteção das águas territoriais e de interesses estratégicos, e despertaram grande interesse da Armada do Equador.

Outro ponto discutido foi o programa de submarinos brasileiros, com foco nos Submarinos da Classe Riachuelo, que fazem parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB). Estes submarinos convencionais são equipados com tecnologias avançadas de combate e propulsão, essenciais para a defesa marítima do Brasil. O Almirante Córdova expressou interesse em ampliar o conhecimento sobre o projeto, visto que o Equador poderia beneficiar-se com a expertise brasileira em construção e operação de submarinos, seja por meio de futuras aquisições ou cooperação técnica.

Por fim, os Navios-Patrulha de 500 toneladas (NPa-500BR) foram outro tópico abordado, devido ao seu papel crucial na vigilância e proteção das zonas costeiras. Com um design que combina versatilidade e eficiência, essas embarcações têm sido fundamentais para o monitoramento de áreas estratégicas no Brasil. O Equador demonstrou interesse em avaliar a possibilidade de aquisição de navios desse tipo, que poderiam reforçar sua capacidade de vigilância marítima e combate a ilícitos como tráfico de drogas e pesca ilegal.

A Base Industrial de Defesa e a EMGEPRON como elo de cooperação

A Base Industrial de Defesa do Brasil foi outro ponto de destaque no encontro, com ênfase no papel da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON). A EMGEPRON, uma empresa estatal brasileira, atua como intermediária técnica e facilitadora em negociações entre governos para a aquisição de equipamentos militares. O Almirante Córdova demonstrou grande interesse em estreitar os laços com a EMGEPRON, com vistas à potencial aquisição de meios navais por parte do Equador através de um acordo do tipo Governo-Governo.

Esse modelo de aquisição, que elimina intermediários comerciais e garante um processo de negociação mais ágil e transparente, foi apresentado como uma alternativa viável para a obtenção de embarcações e tecnologias brasileiras. Através da intermediação da EMGEPRON, o Equador poderia não apenas adquirir navios e submarinos, mas também estabelecer parcerias para a transferência de tecnologia e conhecimento técnico, permitindo o desenvolvimento conjunto de novos projetos.

Além disso, o fortalecimento da Base Industrial de Defesa do Brasil foi destacado como uma estratégia importante para ampliar a presença do país no mercado internacional de Defesa. A exportação de tecnologia naval brasileira, além de gerar receita, contribui para o fortalecimento da diplomacia militar e para a ampliação das capacidades de defesa dos países parceiros, como o Equador.

Cooperação e segurança marítima no Atlântico Sul e Pacífico

A segurança marítima regional é um dos pilares da cooperação entre Brasil e Equador, e o encontro reforçou o compromisso de ambos os países em combinar esforços para enfrentar ameaças comuns nas águas do Atlântico Sul e do Pacífico. A troca de informações e o alinhamento das capacidades das duas Marinhas são fundamentais para prevenir crimes marítimos, como o tráfico de drogas, a pesca ilegal e o contrabando, além de fortalecer a vigilância em zonas de interesse econômico e ambiental.

O fortalecimento da cooperação naval também visa aumentar a interoperabilidade das forças, permitindo que, em operações conjuntas ou em situações de emergência, as duas Marinhas possam atuar de maneira coordenada e eficiente. A integração entre Brasil e Equador no campo da segurança marítima é vista como um passo estratégico para garantir a estabilidade e a proteção das rotas marítimas que cruzam suas zonas econômicas exclusivas.

Por fim, a XXXI Conferência Naval Interamericana, a ser realizada no Rio de Janeiro entre os dias 23 e 27 de setembro, foi abordada como uma oportunidade importante para estreitar ainda mais os laços entre as Forças Navais da América Latina. O evento deve reunir lideranças navais de toda a região, permitindo a discussão de estratégias conjuntas para enfrentar os desafios de segurança marítima no hemisfério ocidental. O Almirante Córdova manifestou grande expectativa em relação ao evento, acreditando que ele será uma plataforma para aprofundar a cooperação entre a Marinha do Brasil e a Armada do Equador, além de fortalecer os laços com outras nações parceiras.

Fonte: Defesa em Foco