Marinha reforça logística e segurança de atracações no Amazonas em período de estiagem

Marinha reforça logística e segurança de atracações no Amazonas em período de estiagem

A Marinha do Brasil intensificou suas ações logísticas na Amazônia Ocidental em função da severa estiagem que atinge a região. Nos dias 9 e 12 de setembro, o Comando do 9º Distrito Naval acompanhou as primeiras atracações nos píeres provisórios de Itacoatiara (AM), assegurando que os terminais, essenciais para o abastecimento e escoamento de mercadorias, operassem de maneira segura e eficiente.

A crise de estiagem na Amazônia e seus impactos logísticos

A Amazônia enfrenta uma das piores estiagens dos últimos anos, afetando diretamente o transporte fluvial, essencial para a logística e economia da região. Os rios, que normalmente funcionam como as principais vias de transporte de produtos e mercadorias, estão com níveis críticos, tornando o acesso aos portos e píeres mais difícil e arriscado. Essa condição prejudica o abastecimento de insumos e produtos para as comunidades locais e afeta o escoamento das mercadorias oriundas do Distrito Industrial, uma das principais fontes econômicas da Amazônia.

A seca prolongada tem gerado impactos significativos na economia local e regional, uma vez que o transporte fluvial é o principal meio de conexão entre as cidades e o restante do país. O Porto de Itacoatiara (AM), um dos mais importantes para o escoamento de produtos, foi fortemente impactado pela estiagem, tornando essencial a criação de soluções provisórias para evitar o colapso logístico. Foi nesse contexto que a Marinha, em parceria com autoridades locais e operadoras logísticas, entrou em ação.

O papel da Marinha na homologação e operação dos píeres provisórios

Com a necessidade urgente de manter as operações nos portos da Amazônia Ocidental, a Marinha do Brasil, por meio do Comando do 9º Distrito Naval, acelerou o processo de homologação dos píeres provisórios no Porto Chibatão e Super Terminais, em Itacoatiara. A homologação, realizada em tempo recorde, reduziu em 70% o tempo de análise, permitindo que as estruturas fossem operacionais com rapidez e segurança.

Além de homologar os píeres, a Marinha também acompanhou de perto as primeiras atracações para garantir que todos os procedimentos de segurança fossem seguidos à risca. No dia 9 de setembro, a primeira manobra de atracação ocorreu no período noturno, com a presença de práticos de duas Zonas de Praticagem, autoridades portuárias e o Capitão dos Portos da Amazônia Ocidental. A atuação conjunta dessas equipes foi fundamental para assegurar que, mesmo em condições adversas, as operações pudessem continuar sem comprometer a segurança das embarcações, dos terminais e do meio ambiente.

O acompanhamento da Marinha também foi vital para orientar e coordenar as ações necessárias durante o processo de atracação e desatracação. O trabalho minucioso garantiu que a operação fosse eficiente e segura, evitando quaisquer riscos para as embarcações e para o pessoal envolvido.

Cooperação entre Marinha, autoridades locais e o setor logístico

A cooperação entre a Marinha do Brasil, os operadores portuários e as autoridades locais foi um fator-chave para o sucesso das operações em meio à estiagem. O apoio direto da Marinha não só garantiu a segurança das manobras de atracação, mas também ajudou a manter a regularidade do fluxo logístico na região, minimizando os impactos econômicos causados pela seca.

A presença de práticos, responsáveis por auxiliar na navegação de embarcações em áreas de difícil acesso, foi um elemento crucial durante as operações. Esses profissionais, em conjunto com a equipe da Marinha, asseguraram que as manobras fossem realizadas com precisão e eficiência, mesmo durante a noite e em condições adversas. A coordenação entre os diferentes atores envolvidos, incluindo representantes dos terminais e autoridades navais, demonstrou a importância de um trabalho integrado para enfrentar situações de crise.

As primeiras atracações nos píeres provisórios foram bem-sucedidas, permitindo que os terminais de Itacoatiara permanecessem operacionais e que o abastecimento da região fosse mantido. Produtos essenciais, tanto para o consumo interno quanto para o escoamento da produção do Distrito Industrial, puderam ser transportados sem interrupção, o que ajudou a evitar uma crise logística ainda maior.

A atuação da Marinha durante este período de estiagem reforça sua importância não apenas como uma força de defesa, mas também como um agente fundamental no suporte às atividades econômicas e logísticas do país. A capacidade de mobilização rápida e a expertise técnica demonstrada pela Força foram essenciais para manter a segurança e a eficiência dos portos da Amazônia Ocidental, mesmo em meio às adversidades impostas pela seca.

Fonte: Defesa em Foco