Marubeni amplia projeto para porto catarinense

Marubeni amplia projeto para porto catarinense

A trading japonesa Marubeni, que propôs em janeiro ao governo federal um projeto de expansão do terminal público do porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, voltou à prancheta e ampliou sua proposta. Inicialmente, a empresa planejava construir apenas um berço para aumentar a capacidade de embarque e desembarque de grãos no porto, onde opera desde 2011. Agora, decidiu incluir mais dois berços na proposta, para atender também à movimentação de fertilizantes e cargas gerais, não necessariamente separados um do outro. Estima-se que o novo projeto envolva investimentos de R$ 230 milhões.

O projeto foi apresentado ao ministro da Secretaria de Portos (SEP), Antônio Henrique Silveira, em abril, e aguarda a abertura de licitação. O estudo de viabilidade técnica e econômica foi realizado a pedido do próprio ministro após a apresentação do projeto inicial de expansão, informa José Kfouri, CEO da Terlogs Terminal Marítimo, empresa do grupo japonês. “A solicitação foi para estudar a possibilidade de estender o berço atual de grãos para acrescentar um berço de carga geral. No estudo, vimos que daria para criar ainda um terceiro berço”. Depois de três meses do primeiro encontro com o ministro, a companhia doou o novo projeto à Secretaria dos Portos e passou a esperar os trâmites para concorrer à licitação e iniciar operações.

Se aprovado, o projeto tende a fortalecer a posição da Marubeni no Brasil, onde a empresa é grande compradora de soja para exportação, e do próprio porto catarinense, hoje a quinta maior via de escoamento de grãos brasileiros para o exterior. Atualmente, a trading só trabalha com milho e soja no porto, mas os dois novos berços podem permitir uma maior diversificação.

O aumento do volume embarcado pelo porto catarinense não deverá representar, porém, um crescimento dos volumes embarcados pela Marubeni no Brasil. A ideia é redirecionar cargas que a companhia exporta por outros portos brasileiros para o terminal em São Francisco do Sul, concentrando os embarques. A meta é dar eficiência à operação e reduzir os custos.

Os navios que a Marubeni carrega pelo porto de Santa Catarina comportam hoje entre 40% e 50% de todo o volume de grãos que a trading vende para fora do Brasil. Com a extensão do berço “401”, o terminal poderia absorver até 80% dos volumes negociados pela empresa no país.

Fonte: Valor Econômico – Camila Souza Ramos