Ministro do Turismo é 1º do PMDB a pedir demissão

Ministro do Turismo é 1º do PMDB a pedir demissão

O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, é o primeiro peemedebista a desembarcar oficialmente do governo. Ele entregou sua carta de demissão hoje – um dia antes da reunião que deve sacramentar a saída do PMDB da base aliada de Dilma Rousseff. 

No texto, Alves afirma que o diálogo do PMDB com a gestão petista se “exauriu”, e que o pedido de demissão é resultado de coerência ideológica e lealdade à legenda da qual faz parte.

“Assim, presidenta Dilma, é a decisão que tomo. Não nego que difícil, mas cosciente, coerente, respeitando o meu Rio Grande do Norte, e sempre – como todos nós – na luta por um Brasil melhor”, afirma o peemedebista na carta – veja íntegra abaixo. 

Debandada

Alves é o primeiro dos sete ministros que pertencem ao PMDB a pedir demissão. A expectativa é de que na tarde de amanhã, a sigla decida desembarcar da base aliada por aclamação – sem a presença do vice-presidente Michel Temer. Em conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silvaneste domingo, Temer descartou a possibilidade do PMDB permanecer no governo de Dilma Rousseff.

O PMDB hoje responde pela maior bancada do Congresso e pela presidência da Câmara e do Senado. Sem a legenda em sua base de apoio, risco de fim de mandato de Dilma aumenta.  

Veja a íntegra da carta:

“Excelentíssima Senhora Presidenta Dilma,

Venho por meio desta carta entregar o honroso cargo de Ministro do Turismo do seu Governo e agradecer por toda a confiança e respeitosa relação mantida durante esses onze meses em que trabalhamos juntos.

Pensei muito antes de fazê-lo, considerando as motivações e desafios que me impulsionaram a assumir o Ministério (e que acredito ter honrado): fazer do Turismo uma importante agenda econômica, política e social do Governo e do País. Mas, independentemente de nossas intenções, o momento nacional coloca agora o PMDB, o meu partido há 46 anos, diante do desafio maior de escolher o seu caminho, sob a presidência do meu companheiro de tantas lutas, Michel Temer.

Todos – o Governo que assumi e o PMDB que sou – sabem que sempre prezei o diálogo permanente. Diálogo este que – lamento admitir – se exauriu. 

Assim, Presidenta Dilma, é a decisão que tomo. Não nego que difícil, mas cosciente, coerente, respeitando o meu Rio Grande do Norte, e sempre – como todos nós – na luta por um Brasil melhor. 

Estou certo de que, sendo a Senhora alguém que preza acima de tudo a coerência ideológica e a lealdade ao seu próprio partido, entenderá a minha decisão.

Respeitosamente, 
Henrique Eduardo Alves”

Fonte: O Estado de São Paulo