A Petrobras está introduzindo uma nova tecnologia chamada “Gêmeo Digital” em suas operações de exploração e produção de petróleo. Desenvolvida em parceria com a empresa brasileira ESSS, a solução visa otimizar os processos de elevação e escoamento de petróleo, o que pode resultar em um aumento significativo da eficiência operacional. A expectativa é que essa tecnologia seja implementada em todas as unidades offshore da empresa, começando pelo campo de Jubarte, localizado no pré-sal e pós-sal do Espírito Santo.

Projeto-piloto de gêmeo digital: FPSO Cidade de Anchieta e P-57

O desenvolvimento do Gêmeo Digital foi validado após dois anos de testes, com a participação das plataformas FPSO Cidade de Anchieta e a P-57, que operam no campo de Jubarte. Esses testes demonstraram que a ferramenta consegue aumentar a produção em até 1%, um ganho importante para a indústria de petróleo e gás. A tecnologia oferece dados em tempo real sobre o sistema de produção, permitindo ajustes precisos e rápidos para maximizar a extração de petróleo.

Além disso, o gêmeo digital consegue identificar antecipadamente problemas que afetem a produção, permitindo que a Petrobras tome medidas preventivas. Outra vantagem é a possibilidade de realizar testes virtuais de soluções antes de aplicá-las, reduzindo os riscos de interrupções operacionais e melhorando a eficiência geral.

Parceria da estatal com a ESSS e o desenvolvimento da tecnologia

A ESSS, empresa brasileira com sede em Florianópolis (SC), foi a responsável por desenvolver essa tecnologia inovadora. O processo de criação do Gêmeo Digital começou com um protótipo desenvolvido pela própria Petrobras, na Unidade de Negócios Espírito Santo (UN-ES). Segundo Renata Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, a necessidade de uma solução robusta e escalável foi o ponto de partida para o desenvolvimento dessa ferramenta.

“O Gêmeo Digital começou como um protótipo que desenvolvemos internamente para atender às necessidades da UN-ES. A partir daí, percebemos ser necessário evoluir para um sistema mais robusto, comercialmente viável e aplicável em todos os poços offshore da Petrobras”, explica Baruzzi.

A ESSS foi selecionada para continuar o desenvolvimento dessa tecnologia por meio de uma Encomenda Tecnológica (ETEC), uma modalidade de contratação que visa solucionar problemas reais para os quais ainda não existem soluções comerciais disponíveis. Esse tipo de contrato exige que a empresa selecionada demonstre a capacidade de minimizar riscos tecnológicos, seguindo rigorosamente os critérios estabelecidos pela Petrobras.

Petrobras planeja expansão da tecnologia para outras unidades

Com a validação da tecnologia nas plataformas do campo de Jubarte, a Petrobras planeja expandir o uso do Gêmeo Digital para outras unidades offshore ainda em 2024. Segundo Sylvia Anjos, diretora da área de Exploração e Produção da Petrobras, a implementação da tecnologia será gradual, com o objetivo de integrar o Gêmeo Digital em todos os poços produtores e injetores da empresa.

“O nosso objetivo é garantir que todos os poços offshore da Petrobras possam se beneficiar dessa tecnologia. Ela tem o potencial de transformar nossas operações, aumentando a eficiência e reduzindo o tempo de resposta a problemas”, afirma Anjos.

O que é o gêmeo digital utilizado pela Petrobras?

A tecnologia do Gêmeo Digital é um modelo virtual de um sistema físico que permite monitorar e simular suas operações em tempo real. No caso da Petrobras, esse modelo digital representa o sistema de elevação e escoamento de petróleo nas plataformas. Ao fornecer dados em tempo real sobre as condições operacionais, o Gêmeo Digital permite que os engenheiros façam ajustes rápidos e precisos para maximizar a produção e evitar problemas.

Essa tecnologia é particularmente importante em ambientes offshore, onde as operações são complexas e os custos de interrupções não planejadas são altos. O Gêmeo Digital também permite testar diferentes cenários operacionais virtualmente antes de implementá-los no mundo real, ajudando a reduzir os riscos e a melhorar a eficiência operacional.

Fonte: Petrosolgas