Operação Lava Jato: Braskem terá contratos investigados

Operação Lava Jato: Braskem terá contratos investigados

A petroquímica Braskem, controlada pela Odebrecht, terá contratos firmados com a Petrobras durante sete anos investigados pelo Ministério Público nos inquéritos sobre parlamentares relacionados à Operação Lava-Jato. O ex-presidente da empresa, José Carlos Grubisich (atual presidente da gigante Eldorado Celulose), deve ser intimado para depor.

Também deve ser intimado o ex-vice presidente de relações institucionais da Braskem, Alexandrino de Alencar (ele ocupou o cargo de 2002 a 2007). Os pedidos foram feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito sobre o deputado João Pizzolatti (PP).

No pedido, Janot solicitou que as autoridades obtenham na Petrobras a cópia integral dos procedimentos administrativos referentes aos contratos celebrados com a Braskem entre 2006 e 2012 para venda de produtos “como nafta, propeno e outros”.

Conforme já noticiado, delatores da Operação Lava-Jato afirmaram que a Braskem pagou propinas para comprar produtos da Petrobras, como nafta e propeno, por um preço mais próximo ao praticado no mercado internacional – que seria mais baixo, segundo os delatores.

Na quarta-feira, a Braskem divulgou comunicado a investidores dizendo que “todos os pagamentos e contratos com a Petrobras seguiram a legislação aplicável e foram aprovados de acordo com as regras de governança” da empresa. A companhia ainda afirmou que “os preços praticados pela Petrobras na venda de matérias-primas nunca favoreceram a Braskem e sempre estiveram atrelados às mais caras referências internacionais”.

Procurado, Alencar não quis se pronunciar. Também ontem, Grubisich afirmou que as afirmações não são verdadeiras. (Colaborou Stella Fontes, de São Paulo)

Fonte: Valor Econômico/Fábio Pupo e André Guilherme Vieira | De Curitiba e São Paulo