CPI da Petrobras: Senado consegue 27 assinaturas e inicia investigação

CPI tem o objetivo de apurar superfaturamento em refinarias

A oposição anunciou ontem, quarta-feira (26), ter as 27 assinaturas necessárias para instalar a CPI (comissão parlamentar de inquérito) da Petrobras no Senado. Com o apoio do PSB, partido do governador Eduardo Campos (PE), a comissão de inquérito deve ser criada no Senado em meio à ofensiva deflagrada pelo Palácio do Planalto para impedir as investigações.

Líder do PSB, o senador Rodrigo Rollemberg (DF) subiu à tribuna do Senado na noite de hoje para anunciar o apoio dos quatro senadores do partido à CPI. A oposição já tinha 26 assinaturas, mas com a adesão dos socialistas, deve atingir o número de 29 senadores pró-CPI. O regimento do Senado impõe o mínimo de 27.

Além de investigar a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), pela estatal, a CPI tem o objetivo de apurar superfaturamento em refinarias, irregularidades em plataformas, além da suspeita de que a empresa holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas a companhias de petróleo, pagou suborno a empresas em vários países, incluindo o Brasil.

A adesão de governistas à CPI deve garantir que as investigações efetivamente ocorram, nas conhecidas “traições” que tradicionalmente ocorrem no Legislativo. Em minoria, a oposição não tem número sozinha para garantir a sua instalação.

Além do PSB, três senadores governistas assinaram o pedido de criação da CPI: Clésio Andrade (PMDB-MG), Eduardo Amorim (PSC-SE) e Sérgio Petecão (PSD-AC). Os “independentes” de partidos aliados do governo –como Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Pedro Taques (PDT-MT), Ana Amélia Lemos (PP-RS), Pedro Simon (PMDB-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF)–também reforçaram o pedido.

O PSB decidiu apoiar a comissão de inquérito para dar viabilidade à candidatura de Campos à Presidência da República –já que a comissão foi idealizada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), também pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto.

Já os governistas que assinaram o pedido, com exceção dos “independentes”, querem retaliar o governo por problemas em suas bases eleitorais. “Eu sofro constante retaliação do PT no Acre. Não fui procurado pelo governo para negociar a CPI antes dessa criação”, disse Petecão.

Fonte: Folha de São Paulo