Os tucanos têm um novo presidente. O que vem agora

Os tucanos têm um novo presidente. O que vem agora

O PSDB realizou sua convenção nacional. O evento foi marcado pela escolha do novo presidente do partido, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O cargo era disputado por dois grupos de tucanos. Um, ligado ao senador Aécio Neves (MG), que defendia a permanência do partido na base de apoio do governo Temer. O outro, ligado ao senador Tasso Jereissati (CE), que pedia o desembarque da base aliada. Alckmin acabou sendo a saída de consenso a fim de interromper a disputa interna.

O governador paulista é o provável nome dos tucanos à Presidência da República em 2018. O PSDB governou o país de 1995 a 2002. Ficou na oposição nos governos petistas e acabou voltando ao governo em apoio ao vice Michel Temer, que assumiu com o processo impeachment de Dilma em maio de 2016. Para tentar voltar ao comando do Palácio do Planalto, os tucanos apostam no discurso de que é necessário “modernizar o Brasil”. E fazem ataques diretos ao PT, seu adversário histórico. As vaias para Aécio O senador Aécio Neves (MG) foi recebido por um grupo de simpatizantes na entrada da convenção nacional, em Brasília.

Apoiadores seguravam uma faixa com os dizeres: “o melhor presidente da história do PSDB”. E usavam chapéus com o nome do político mineiro. As saudações calorosas não duraram muito tempo. Ao entrar no hotel que sediou a convenção, Aécio foi vaiado por militantes e ouviu gritos de “fora!”. O evento durou cerca de quatro horas, mas Aécio permaneceu no local por apenas 40 minutos e não discursou no palanque. Aécio é ator central da crise interna do PSDB. Em maio de 2017, uma uma gravação em que o senador pedia R$ 2 milhões a Joesley Batista, sócio da JBS, veio a público.

O senador, que então comandava os tucanos nacionalmente, pediu afastamento do cargo partidário e viu seus planos de voltar a disputar o Palácio do Planalto serem enterrados – em 2014, ele perdeu no segundo turno para Dilma Rousseff. Apesar de atingido diretamente pelas denúncias, Aécio manteve influência no partido. E trabalhou diretamente para evitar a destituição de um segundo nome atingido pelas delações premiadas da JBS: o presidente da República, Michel Temer.

O discurso de derrotar Lula ‘nas urnas’ Em seu discurso de posse do cargo de presidente do PSDB, Alckmin afirmou que Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato petista à Presidência da República, será “condenado nas urnas”. Foi uma referência ao fato de o petista ter seus planos ameaçados pela Justiça: se for condenado em segunda instância, poderá sair da disputa em razão da Lei da Ficha Limpa.

Fonte: Nexo