PETROBRAS AVANÇA EM RENOVÁVEIS COM NOVO PROJETO EM ESTUDO NO RIO

PETROBRAS AVANÇA EM RENOVÁVEIS COM NOVO PROJETO EM ESTUDO NO RIO

Petrobras estuda a construção de mais uma planta de produtos renováveis – diesel e combustível de aviação – desta vez no Polo GasLub, antigo Comperj, no município de Itaboraí (RJ). O projeto se soma a outros que já estão em andamento, como os localizados em Cubatão (SP), na Refinaria Riograndense (RS), em Duque de Caxias (RJ), e em Paulínia (SP).

A companhia aguarda carretas de óleo vegetal para coprocessamento destinado à produção de Diesel R na Refinaria de Paulínia (Replan), em São Paulo. Na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, o processo é aguardado para dezembro, como informou o diretor executivo de processos industriais e produtos, William França, em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (10).

Na cidade de Cubatão, está sendo implantada uma planta de diesel com 100% de conteúdo renovável, o Diesel R100, conhecido também como Diesel Verde. A RPBC adicionará 12 mil bpd à sua capacidade produtiva de combustíveis renováveis, que será dividida igualmente entre SAF (combustível de aviação renovável, na sigla em inglês) e diesel renovável. A unidade será capaz de processar mais de 790 mil t/ano de matérias-primas renováveis.

Haverá expansão do coprocessamento para produção de Diesel R também na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná.

O diesel renovável é o primeiro combustível da nova geração de produtos mais sustentáveis que a companhia começa a ofertar ao mercado consumidor. Já foi testado o diesel renovável em frota de ônibus em Curitiba, com resultado positivo.

A petroleira tem, na RPBC, o diesel HVO (óleo vegetal hidrotratado, na sigla em inglês) uma espécie de diesel verde que tem características e processos mais semelhantes ao diesel oriundo do petróleo do que o biodiesel, por exemplo. As misturas de diesel verde HVO e diesel de petróleo são chamadas de diesel R , acrescentadas do percentual da composição renovável.

Projetos no Brasil

O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, afirmou que a ampla maioria dos investimentos em projetos de energia renovável deve ser realizada no Brasil. A estatal também avalia projetos no exterior, segundo ele, que são minoria.

Os investimentos da estatal em renováveis, assim como em outras áreas, dependem ainda da finalização do seu plano estratégico.

Petroquímica no GasLub, opção à Braskem

Além da biorrefinaria, a Petrobras avalia a implantação de uma unidade no GasLub para processamento de subprodutos obtidos pelo gás natural do pré-sal.

“O gás do pré-sal está cada vez mais rico, cada vez tem mais produtos, com dois ou mais átomos do carbono C2, C3, etc. Estamos falando não só do metano gás típico mas também do etano, propano, matérias-primas típicas da petroquímica e a quantidade bastante razoável (…) a gente tem sim ali quantidade de C2 mais disponível e suficiente para utilizar em algum polo, por exemplo no Polo Gás-Químico do RJ. Ou em planta própria no próprio GasLub, em estudo ainda”, afirmou França durante a coletiva.

França reiterou a possibilidade de retomar projetos importantes no GasLub, antigamente sob nome de Comperj, que foram paralisados em meio a denúncias de corrupção durante o processo da Lava-Jato.

“Temos um projeto que pretendemos retomar, já estamos nesse caminho, que é o GasLub. GasLub é um grande polo petroquímico por si só, apresenta diversas possibilidades de produção dos subprodutos petroquímicos”, afirmou o Diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Sergio Caetano Leite, na mesma coletiva.

Na ocasião, ele afirmou que a Braskem não é a única possibilidade de expandir a atuação da companhia no setor petroquímico.

O GasLub está concluindo obras para receber o gás natural do pré-sal. A expectativa atual é que a UPGN entre em operação no segundo semestre de 2024, disseram diretores nesta sexta-feira. Está prevista a instalação de uma usina térmica a gás no local. Originalmente o Comperj havia sido projetado para ser um grande complexo petroquímico.

“Uma planta de biorrefino para produção de diesel renovável e SAF no GasLub também seria muito importante para nós”, disse França.

Fonte: Revista Brasil Energia