Petrobras deve liberar US$11bi com venda de fatia de Carcará

Petrobras deve liberar US$11bi com venda de fatia de Carcará

A venda da participação em Carcará, uma enorme área de exploração de petróleo na costa brasileira, para a norueguesa Statoil ASA vai dar à Petrobras até 11 bilhões de dólares para pagar dívidas ou investir em outros projetos que prometem gerar renda mais rapidamente, disse o presidente da Petrobras nesta terça-feira.

A Petrobras vendeu sua participação de 66 por cento no projeto em julho por 2,5 bilhões de dólares. Mas a venda também vai livrar a empresa da necessidade de investir sua parcela do custo total de desenvolvimento da área, estimado entre 12 bilhões de dólares e 13 bilhões de dólares, disse o presidente Pedro Parente a repórteres em Stavanger, na Noruega.

Esse custo iria totalizar entre 7,9 bilhões de dólares a 8,6 bilhões de dólares.

“Primeiramente, estamos em um período onde precisamos de dinheiro”, disse Parente. “Outra questão aqui é que Carcará não é perto de outros campos que temos, portanto por não estar perto de outros campos, nós não poderíamos usar as sinergias que conseguimos usar quando desenvolvemos outros campos que são mais próximos.”

Parente também reiterou que a Petrobras vai atingir sua meta de vender 15,1 bilhões de dólares de ativos até o fim de 2016. A meta, estabelecida em 2015, visa reduzir sua dívida de quase 125 bilhões de dólares, a maior na indústria do petróleo.

A Statoil disse que está animada para desenvolver Carcará, onde espera produzir seu primeiro petróleo após 2020, quando campos mais antigos na Noruega estarão em declínio.

A empresa disse que Carcará contém de 700 milhões a 1,3 bilhões de barris de petróleo e gás natural equivalente, o suficiente para suprir as necessidades de petróleo dos EUA por dois meses.

Embora a Statoil ainda não tenha nenhuma estimativa oficial para os custos de desenvolvimento de Carcará, o presidente Eldar Saetre disse a repórteres nesta terça-feira que os 12 bilhões a 13 bilhões de dólares sugeridos por Parente são um ponto de partida.

“Eu acho que o números sobre os quais estamos falando estão cobrindo o campo todo”, disse Saetre. “Nossa meta é manter custos baixos, mas ainda é cedo para dar um número.”

Mais de metade do petróleo e gás descobertos na área de Carcará devem estender além do bloco BM-S-8, no qual a Statoil comprou uma participação e vai exigir que o Brasil leiloe áreas adjacentes para desenvolver.

Os parceiros da Statoil em Carcará são a portuguesa Galp Energia (14 por cento), a brasileira QGEP (10 por cento) e a empresa brasileira de capital fechado Barra Energia (10 por cento). A Barra Energia tem o apoio dos fundos de investimento norte-americanos Riverstone Holdings e First Reserve Corp.