Petrobras: Dilma e Serra receberam doações de empresário belga

Petrobras: Dilma e Serra receberam doações de empresário belga

Comitê de Dilma recebeu R$ 1 milhão e o de Serra, R$ 500 mil

O empresário belga Albert Frère, controlador da Astra Oil, que vendeu a refinaria de Pasadena, no Texas, à Petrobras em 2006 – numa operação que causou prejuízos à petrolífera brasileira – ajudou, indiretamente, a financiar as campanhas da presidente Dilma Rousseff e do tucano José Serra na eleição de 2010. O comitê de Dilma recebeu R$ 1 milhão e o de Serra, R$ 500 mil.

Frère é um dos acionistas da GDF Suez, controladora no Brasil da empresa Tractebel Energia. Segundo informações obtidas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as doações aos candidatos foram feitas pela Tractebel.

A empresa de energia também repassou outros R$ 550 mil à direção nacional do PT e aos comitês financeiros do partido. Em 2006, a Tractebel fez uma doação no valor de R$ 300 mil para a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o site, para a campanha de Dilma foram feitas duas doações de R$ 500 mil em 2010, uma no dia 20 de setembro e outra em 26 de novembro. As doações foram destinadas ao comitê financeiro nacional para a campanha de presidente da República. Os R$ 550 mil foram para a direção nacional e os comitês financeiros estaduais do PT. Pelos dados do TSE, as doações para Dilma e Serra foram feitas pela Tractebel Energia Comercializadora Ltda, uma das empresas que tem como controladora a Tractebel Energia. Segundo o site da empresa, a Tractebel é responsável, especificamente, pela intermediação e operação de compras, vendas, importações e exportações de energia elétrica no mercado de livre negociação.

A compra da refinaria de Pasadena aconteceu em 2005. A venda da refinaria teve o aval do Conselho de Administração da Petrobras, que à época era presidido por Dilma Rousseff e cuja operação está hoje sendo questionada e será um dos pontos a ser investigado caso a CPI da Petrobras vingar no Congresso.

Albert Frère é vice-presidente do conselho da francesa GDF Suez, que em 2011 se associou à Tractebel Energia, empresa que tem sede em Santa Catarina e atua em vários áreas do setor elétrico no Brasil. A GDF Suez é líder do consórcio para a construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, que está entre as maiores do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Dilma.

CCJ não nomeou relator

A guerra entre governo e oposição pela instalação de uma CPI para investigar denúncias de irregularidades na Petrobras pode não ter um desfecho esta semana, conforme havia anunciado o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Isso porque o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), ainda não conseguiu nomear um relator para dar um parecer que teria de ser analisado amanhã, indicando se a CPI deve ou não ser criada, e qual será seu escopo.

Na sexta-feira, Vital do Rêgo anunciou que havia escolhido o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) para a missão. Mas Dornelles decidiu não entrar na polêmica e recusou o convite. O senador justificou que seu nome “não é o melhor no momento”, por estar com pouco tempo livre devido ao seu envolvimento nas negociações da Medida Provisória 627, que chega em breve ao Senado, enviada pela Câmara. Nessa conjuntura, Vital admite que terá dificuldades para concretizar a votação do parecer nesta terça-feira.

– É um problema termos menos de 24 horas para dar um parecer para um assunto tão complexo. E o prazo apertado pode prejudicar o debate que quero fazer sobre isso, porque é um tema inédito e a CCJ pode firmar uma jurisprudência a partir dessa decisão – disse Vital.

Fonte: O Globo