Petrobras estuda modelo para refinarias do MA e CE
A Petrobras busca um novo modelo de negócio para colocar de pé as refinarias “Premium” no Maranhão e Ceará, ainda em etapa de projeto. O que se encontra em fase de estudos é um modelo que garanta a remuneração do capital aportado nas refinarias por investidores privados, sem que a estatal seja, necessariamente, sócia do negócio.
Essa pode ser uma saída para as dificuldades financeiras que a estatal enfrenta. A empresa conversa com várias empresas. A Petrobras planeja que a Premium I, no Maranhão, tenha capacidade de processar 600 mil barris de petróleo por dia, divididos em duas unidades de 300 mil barris, ou trens, no jargão do setor. Já a Premium II, que deve ser construída no Ceará, terá capacidade de processar 300 mil barris/dia.
Pelo modelo em negociação pela estatal, inédito no Brasil, o investidor terá garantia de compra dos combustíveis a preços internacionais. Assim, evitará o risco nada desprezível de utilizar recursos bilionários e, em seguida, arcar com prejuízos ao competir com a Petrobras, uma empresa integrada de petróleo com grande poder de fogo no mercado.
As refinarias Premium estão listadas entre os projetos em avaliação no plano de negócios da Petrobras de 2013, que ainda não foi atualizado. O orçamento para as três unidades era de US$ 21,6 bilhões, o que corresponde a 73% dos investimentos de US$ 29,6 bilhões que estavam em análise.
Uma parcela dos combustíveis comercializados pela estatal no Brasil tem preços menores nas refinarias (os da bomba incluem impostos, margens de distribuição e o custo do etanol) do que os praticados no mercado internacional.
Hoje, a Petrobras tem prejuízo na parcela de gasolina e diesel que precisam ser importados para atender a crescente demanda do mercado interno. Sobre essa parcela, a estatal não consegue capturar ganhos com a utilização do seu próprio petróleo, que é produzido no país pela área de exploração e produção e “vendido” a preço internacional para a área de Abastecimento e refino.
Fonte: Valor Econômico