A Petrobras fechou ontem um contrato para compra adicional de 2,2 milhões de metros cúbicos diários de gás boliviano, disse ao Valor nesta quinta-feira, 13, uma fonte do governo brasileiro.

Segundo a fonte, técnicos da empresa estiveram nesta semana negociando o novo contrato com uma comissão da estatal boliviana YPFB.

O contrato, temporário, terá uma validade inicial de 20 dias. Nas próximas semanas, disse a fonte, as empresas negociarão uma prorrogação.

O novo gás terá como destino a usina térmica Governador Mário Covas, em Cuiabá. Com capacidade para gerar 480 megawatts, a térmica receberá o gás por meio de um ramal do gasoduto Brasil-Bolívia que desemboca na capital mato-grossense.

Segundo a fonte, o gás será vendido pelo mesmo valor praticado no contrato atual com os bolivianos. Hoje, ele gira em torno de US$ 8,90 por milhão de BTU (unidades térmicas britânicas).

Esse gás adicional se soma aos 30,5 milhões de metros cúbicos diários que os bolivianos já enviam a o Brasil, de acordo com o contrato atual que expira em 2019.

O novo gás chega no momento em que os reservatórios brasileiros estão baixos e as termelétricas “operam literalmente a todo o vapor” para garantir o fornecimento de eletricidade no país, disse a fonte.

Segundo a fonte, a tendência é que o Brasil utilize todo o gás fornecido pelos bolivianos, que agora soma cerca de 32,7 milhões de metros cúbicos por dia, dadas as dificuldades atuais na geração de energia. Essa seria a capacidade máxima do gasoduto, somando os ramais que desembocam em São Paulo e Cuiabá.

Procurada pelo Valor, a Petrobras disse que não comentará o assunto.

Fonte: Valor Online