Petrobras prevê intensificar programa de venda de ativos no semestre

Petrobras prevê intensificar programa de venda de ativos no semestre

O diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Ivan Monteiro, disse que a venda de ativos da companhia deve ser intensificada ao longo do segundo semestre. “Já levamos ao mercado informações como o IPO [abertura de capital, na sigla em inglês] da BR [Distribuidora], temos os gasodutos do Nordeste, o segmento de petroquímico, de biocombustíveis”, disse.

Em teleconferência com analistas para comentar desempenho da empresa, referente ao segundo trimestre, anunciados ontem, Monteiro confirmou a manutenção da meta de desinvestimentos de US$ 21 bilhões para o biênio 2017-2018 e destacou que as mudanças regulatórias adotadas pelo governo, visando maior competitividade dos leilões no setor, são “altamente benéficas” para o programa de parcerias e venda de ativos da Petrobras.

O executivo afirmou também que a estatal acompanha os riscos de mercado, e trabalha com alternativas, caso meta de desinvestimentos não seja cumprida. “Temos aprendizado dos desinvestimentos anteriores que pode ser aplicado nos processos a seguir. O senso de urgência se mantém. A companhia monitora os riscos. Teremos, sim, opções, mas neste momento a companhia permanece em busca de sua meta para o período de 2017/2018”, disse. A meta da companhia é obter US$ 21 bilhões com o programa de venda de ativos até o fim de 2018.

Questionado sobre o avanço das discussões da petroleira com a Odebrecht a respeito da revisão do acordo de acionistas da Braskem – visto que Petrobras e Odebrecht são sócias na empresa petroquímica -, Monteiro preferiu não entrar em detalhes. “Os acionistas se engajaram na discussão do acordo. Essa é a informação pública que podemos dar no momento”, afirmou.

Investimentos

A companhia também pretende intensificar o nível de investimentos para atender a meta prevista para este ano, de US$ 17 bilhões, segundo a diretora de exploração e produção da Petrobras, Solange Guedes. “Temos uma perspectiva, mas ainda julgamos que pode ser que não se concretize. Vamos buscar de forma bastante intensa recuperar o nível de investimentos até o fim do ano”, disse.

Ela lembrou que a empresa tem feito otimizações que podem influenciar na previsão de “capex” (investimento). Mas, até o momento, a empresa mantém a previsão de investimentos este ano. No primeiro semestre, porém, o montante empregado pela empresa foi inferior a US$ 7 bilhões.

Política de preços

Durante a teleconferência, o comando da empresa também tratou da nova política de preços de combustíveis da Petrobras. Segundo o gerente-executivo da área industrial da empresa, Claudio Schlosser, os efeitos dos reajustes só devem ser percebidos mais à frente. “A expectativa dessa maior agilidade [nos reajustes], do acompanhamento mais amiúde das variações do preço do [barril tipo] Brent no mercado internacional, só devemos perceber os efeitos um pouco mais a frente.”

Emissão

A companhia também informou que prepara uma emissão em renda fixa no mercado de capitais nacional – mas não informou o prazo. Segundo o diretor financeiro, a Petrobras não planeja fazer captações no mercado internacional neste ano.

Monteiro reafirmou que a companhia pretende refinanciar dívida, com vencimento em 2018, para reduzir o montante a vencer no próximo ano, por ser período eleitoral, lembrou. Historicamente, no Brasil, anos eleitorais são mais voláteis para mercado de ações.

Fonte: Valor