Petrobras: Silva e Luna contraria Bolsonaro e promete seguir preços globais
General indicado pelo presidente da República tomou posse na estatal nesta segunda-feira
Na manhã desta segunda-feira (19), tomou posse da presidência do Conselho de Diretores da Petrobras o general Joaquim Silva e Luna, indicado por Jair Bolsonaro para chefiar a estatal.
O novo chefe da principal empresa pública brasileira chegou contrariando o presidente da República e prometendo que a Petrobras seguirá acompanhando as variações internacionais do preço do petróleo, o que gerou aumentos dos preços dos combustíveis recentemente e incomodou Bolsonaro.
Ele afirmou que pretende conciliar os diferentes interesses, de acionistas, governo, petroleiros e consumidores.
“É conciliando interesses de consumidores e acionistas, valorizando os petroleiros, reduzir a volatilidade sem desrespeitar a paridade, perseguir a redução da dívida e investir em pesquisa e desenvolvimento e dar previsibilidade ao desenvolvimento econômico nacional” disse.
Cerimônia
Estavam presentes na posse de Silva e Luna os membros do Conselho de Administração da estatal, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o diretor da ANP (Agência Nacional de Petróleo), Rodolfo Saboia.
Ex-presidente da Itaipu Binacional, Silva e Luna foi indicado por Bolsonaro e prometeu “todas as energias voltadas para o cumprimento dessa missão”.
“Quem chega deve ouvir mais e falar menos. Agradeço ao presidente Bolsonaro que me indicou para o cargo de presidente. Hipoteco minha lealdade e senso de responsabilidade dessa desafiadora missão. Sabe-se que quando o homem avança quem a vai a frente é o seu passado”, disse Silva e Luna.
Desafios
Sobre os principais desafios, ele mencionou “fazer a Petrobras cada vez mais forte, trabalhando com visão de futuro, segurança, respeito ao meio ambiente, aos acionistas e à sociedade em geral, de forma a garantir o maior retorno possível ao capital.”
Silva e Luna confirmou que o plano estratégico já sinaliza a superação desses desafios até 2025. E buscará conciliar interesses de consumidores e acionistas, “valorizando os petroleiros e reduzindo a volatilidade sem desrespeitar a paridade de preços internacional”.
Também ressaltou a necessidade de manter boa comunicação em meio ao conflito de narrativas. “Uma boa comunicação deve ser central, transparente e baseada em dados e fatos. Assim o trabalho de todos continuará sendo transformar com celeridade os recursos naturais em riqueza para a sociedade”.
O general assumiu o posto de Roberto Castello Branco e conduzirá a estatal por dois anos.
Investimentos
O ministro Bento Albuquerque desejou boa sorte a Silva e Luna, e ressaltou os resultados positivos durante os 2 anos de mandato do presidente Bolsonaro. Lembrou de desvios ocorridos no passado recente, e reforçou a ideia de que a produção da Petrobras pode alcançar 3,3 milhões de barris por dia até 2025, de acordo com o plano estratégico da empresa.
Também lembrou que em “10 anos serão investidos R$ 2,3 trilhões no setor de petróleo e gás natural, gerando empregos e receita para a União”.
Novos aumentos
Na quinta-feira (15), a Petrobras anunciou alta nos preços da gasolina e do diesel. Segundo a estatal, o diesel teve alta média por litro de R$ 0,10. Assim, passará de um preço médio de R$ 2,66 para R$ 2,76. Esse foi o sexto aumento desde janeiro, acumulando alta de 36,6% nas refinarias neste ano.
O litro da gasolina subiu R$ 0,05 por litro, passando de R$ 2,59 para R$ 2,64. Esse é o sétimo aumento do ano. Assim, no acumulado do ano a gasolina acumula alta de 43,4% nas refinarias.
Fonte: IG
Foto: Alaor Filho/Agência Petrobras – Joaquim Silva e Luna, Presidente da Petrobras