Porto de Suape avança na busca por investidores

Porto de Suape avança na busca por investidores

A instalação de um segundo terminal de contêineres no Complexo Industrial Portuário de Suape é um sonho antigo. Quando a Lei dos Portos entrou em vigor, em 2013, o projeto já estava em fase de elaboração para, em seguida, dar início ao processo licitatório. Com a recente inclusão do empreendimento no Programa de Parcerias de Investimento (PPI) do governo federal, a esperança é de que o processo avance e, por isso, as negociações com investidores já avançam. A direção do Complexo Industrial Portuário de Suape já possui, inclusive, a formalização por escrito do interesse de pelo menos três investidores internacionais.

“Esses documentos foram mostrados ao governo federal enfatizando a importância do projeto para o complexo. O tecon 2 representa um investimento de R$ 1 bilhão e, em tempos de crise econômica, não podemos abrir mão desse valor”, afirmou o presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Marcos Baptista.

O empreendimento será instalado em uma área com 900 metros de cais (com dois berços para atracação) e com uma retroárea de 250 mil metros quadrados, com possibilidade de expansão. O terminal terá capacidade projetada para movimentar entre 1 milhão e 1,2 milhão de TEUs (unidade de medida equivalente a 20 pés) por ano. Somada à atual capacidade do Tecon Suape, o porto poderá movimentar até 1,7 milhão de TEUs/ano.

“No ano passado, o Porto de Suape registrou a maior movimentação anual da história do complexo. Foram 460.769 mil TEUs, um crescimento de 18% em relação a 2016. Com isso, o porto se tornou líder no Nordeste nesse tipo de movimentação entre os portos públicos”, ressaltou Baptista. Pelo edital publicado pelo governo federal, o Tecon 2 seguirá o modelo greenfield, ou seja, totalmente novo.

Outro projeto bastante aguardado pelo Complexo de Suape é o arrendamento do Pátio Público de Veículos. Neste caso, o processo será em modelo brownfield, com infraestrutura já construída. “A operação deixa de ser pública para ser privada. O terminal se tornou um case de sucesso com a operação da Jeep em Pernambuco. Temos uma movimentação de veículos crescente na área do complexo e temos interesses expressos de investidores, inclusive, já tivemos reuniões com alguns grupos interessados na operação”, conta o presidente do complexo.

Das três principais cargas movimentadas no Complexo Industrial Portuário de Suape no ano passado, os veículos apresentaram maior crescimento percentual. Foram 80.080 unidades movimentadas, um aumento de 46% em relação a 2016. 

Parques de tancagem esperam para ser ampliados

Empresas já instaladas no Complexo Industrial Portuário de Suape também aguardam o avanço de pedidos nos órgãos federais para realizarem investimentos na área. Os principais exemplos estão nos parques de tancagem. Quatro empresas atuam no local: Decal, Tequimar, Pandenor e Temape. Todas solicitaram investimentos nas áreas, porém, ainda aguardam retorno sobre os pleitos. Por enquanto, apenas a Pandenor e a Decal conseguiram o sinal verde para seguir com os projetos e estão em fase de obras.

“Temos R$ 540 milhões de investimentos em ampliação de tancagem. Projetos que estão avançando dentro do nosso território e que trarão novos negócios ao complexo, mas ainda precisam de aprovação”, diz o presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Marcos Baptista. 

A Decal investirá R$ 282,9 milhões em um novo projeto que inclui a construção de oito novos tanques de armazenagem de granéis líquidos. Atualmente, a empresa possui 12 tanques. Já a Pandenor Importação e Exportação iniciou em fevereiro a construção de oito novos tanques de armazenagem de granéis líquidos para aumentar a capacidade da empresa em 60 mil metros cúbicos, um investimento de R$ 70 milhões. 

Também está incluído no Programa de Parcerias de Investimento (PPI) a diversificação de cargas da Agrovia. Hoje, o local movimenta apenas açúcar. A solicitação é para que a operação também englobe grãos vegetais, como malte, cevada, milho, arroz, trigo e afins. O valor investido chega a R$ 40 milhões.

Fonte: Diário de Pernambuco