A BYD, com sede em Shenzhen, investiu US$ 500 milhões em 2022 para construir oito navios ro-ro especializados para o transporte de carros, uma resposta ao aumento dos custos de frete e à crescente demanda de mercados internacionais.

Navios ro-ro chineses exportam veículos principalmente para a Ásia do Sudeste, Europa e América. O Brasil, o sexto maior mercado automobilístico do mundo, é um dos principais destinos de exportação para veículos elétricos chineses.

As vendas de veículos elétricos no Brasil cresceram pelo sexto ano consecutivo no ano passado, alcançando 93.900 unidades. A BYD, juntamente com outras montadoras chinesas como Great Wall Motor e Chery Automobile, já entraram no mercado brasileiro. A BYD também planeja expandir seus investimentos no estado brasileiro da Bahia.

Outras empresas chinesas, como Chery, GAC Group e SAIC Motor, também estão explorando serviços de transporte ro-ro para ampliar sua presença em mercados americanos, especialmente no Brasil e no México.

A Chery, em colaboração com sua subsidiária Wuhu Shipyard, estabeleceu uma base para construção de navios de transporte de carros em Weihai e adquiriu três navios ro-ro no início do ano passado. A GAC Business se uniu à China Merchants Energy Shipping para criar a China Merchants Roro. A SAIC Anji Logistics já possui nove navios dedicados ao comércio exterior, operados sob um modelo de autogestão.

O México é um mercado importante para as montadoras chinesas porque serve como um ponto de entrada para a América do Norte. No ano passado, elas venderam cerca de 129.300 veículos no México, representando 20% do mercado. A BYD, Jianghuai Automobile Group e Geely Automobile Holdings estão entre as que tiveram desempenho positivo no mercado mexicano.

No entanto, as exportações para o México não são a única estratégia para as montadoras chinesas. Muitas empresas, como BYD, Neta e Jetour, planejam construir fábricas no México para acessar melhor o mercado dos Estados Unidos.

Entrar no mercado dos Estados Unidos não é tarefa fácil para as empresas chinesas, devido a fatores como políticas complexas e questões relacionadas ao desenvolvimento da indústria. O acesso ao mercado se tornou ainda mais desafiador após a Lei de Redução da Inflação dos EUA, que impõe restrições a veículos que utilizam componentes de bateria fabricados na China.

Fonte: Yicai Global