Relator exclui prorrogação do Reporto de MP por resistência do Ministério da Economia

Relator exclui prorrogação do Reporto de MP por resistência do Ministério da Economia

Estimativas do governo indicavam um custo de R$ 7 bilhões com a desoneração; setor vê desequilíbrio com fim do programa

Diante das resistências do Ministério da Economia, o deputado Felipe Francischini (PSL-PR) excluiu do parecer à medida provisória (MP) 945, que muda a legislação dos trabalhadores portuários, a prorrogação por cinco anos do Reporto, um regime tributário especial que isenta de IPI, PIS/Cofins e Imposto de Importação os investimentos das concessionárias de ferrovias e operadoras de terminais portuários. Sem o adiamento, o regime acabará em 31 de dezembro.

Segundo Francischini, a área econômica do governo ficou contra a proposta, que contava com aval do Ministério da Infraestrutura por causa do impacto nos atuais contratos e futuras concessões.

O prazo para aprovar a MP acaba no sábado e ele resolveu retirar a prorrogação para permitir a votação nesta quarta-feira. “Mas sou da tese de acharmos uma solução. Será muito preocupante no final do ano do ponto de vista dos contratos atuais”, afirmou.

A desoneração tributária, nas estimativas do governo, custará R$ 7 bilhões em cinco anos. O setor pressiona o governo a aceitar a prorrogação dizendo que, se isso não ocorrer, será preciso fazer o reequilíbrio dos contratos de concessão portuária e ferroviária e enviou carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para pedir apoio a emenda.

O ministério se manteve resistente, porém, e o relator resolveu tirar a proposta de seu parecer. As concessionárias já tentaram encaixar essa emenda também na MP 925, que tratava da suspensão do pagamento de contribuições para o Sistema S, mas a prorrogação acabou excluída por não ter relação com o tema da MP.

Fonte: Valor – Raphael Di Cunto e Marcelo Ribeiro