São Paulo vive epidemia de dengue, confirma Secretaria Municipal de Saúde

São Paulo vive epidemia de dengue, confirma Secretaria Municipal de Saúde

Capital paulista registra 38.927 casos da doença e oito mortes

A cidade de São Paulo vive uma epidemia de dengue. Balanço divulgado nesta quinta-feira pela Secretaria Municipal de Saúde mostra que este ano foram confirmados 38.927 casos na cidade, uma taxa de incidência média de 340,1 casos por 100 mil habitantes (para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a epidemia acontece em uma taxa acima de 300 casos por 100 mil habitantes). Oito mortes foram registradas este ano na capital paulista. Outros 25 óbitos estão sob investigação.

Apesar de afirmar que a cidade vive uma situação epidêmica, o secretário-adjunto de Saúde, Paulo Puccini, disse que a distribuição dos casos é irregular, pois a média atinge 31 dos 96 distritos administrativos da cidade.

— Em termos matemáticos, a cidade de São Paulo ultrapassou 300 casos por 100 mil, na média. Mas a média é uma medida burra quando eu tenho distribuições irregulares, diferenças muito grandes no município. Mas na média, o município está numa situação epidêmica — reconheceu Puccini.

A cidade de São Paulo, desde o último balanço da dengue, divulgado em 23 de abril, contabilizou três mortes a mais, totalizando oito óbitos. Uma das recentes vítimas tinha 25 anos e era moradora de Cidade Líder (Zona Leste). A vítima não se encaixa no grupo de risco e não apresentava comorbidades, mas, segundo Puccini, demorou a procurar ajuda médica.

— Infelizmente, a paciente foi resistente a procurar auxílio, uma consulta. E quando finalmente foi convencida por uma amiga, ela já estava em estado precário e veio a falecer — disse o secretário-adjunto de Saúde.

Puccini disse ainda que na comparação com o Estado, que já contabilizou 170 óbitos, o número de mortes na cidade de São Paulo, que tem 1/4 da população paulista, pode ser considerado baixo.

— É claro que zero óbito seria o ideal — disse ele.

O coronel Ricardo Carmona, presente ao anúncio dos dados da dengue, realizado na tarde desta quinta-feira no prédio da Prefeitura paulistana, e Puccini consideraram exitosa a parceria entre o governo municipal e o II Exército, que disponibilizou 50 cabos e soldados para percorrer casas com agentes de saúde no trabalho de eliminar criadouros do mosquito, iniciada no último dia 23 na Zona Norte, região que registra 38% dos casos da doença. Além disso, dez médicos do Exército trabalham em unidades de saúde (AMAs) das regiões mais afetadas pela dengue.

Com a presença do Exército, o percentual de recusa em receber os agentes de saúde caiu de 8% para 3%, segundo o secretário-adjunto.

Segundo o oficial militar, 107 homens do II Exército estão trabalhando no combate à dengue em outros municípios paulistas (Campinas, Pindamonhagaba, Lins, Sumaré, Jacareí e Rio Claro), além da capital. (*com supervisão de Aguinaldo Novo)

Fonte: O Globo / Leonardo Guandeline / Stella Borges (estagiária)