Seca no Amazonas aumenta queimadas no Pantanal e leva estiagem pelo Brasil

Seca no Amazonas aumenta queimadas no Pantanal e leva estiagem pelo Brasil

O Amazonas vive uma seca intensa e a avaliação é a de que ela vai ser ainda mais dramática que a estiagem histórica de 2023. Para se ter noção da gravidade atual, as autoridades pediram que pessoas estoquem água e comida para enfrentarem a baixa dos rios em algumas regiões.

A seca aumenta os fatores que tornam os incêndios mais severos. No Pantanal, os focos de fogo se aproximam dos vistos em 2020, quando a queimada bateu recordes históricos. Enquanto isso, o Brasil bate o recorde de focos para o período dos últimos dez anos. 

1. Qual a situação da seca no Amazonas?

As autoridades vêm alertando a população de que o ciclo de seca de 2024 pode ser o pior da história, superando o desastre de 2023.

Com o ciclo de secas que se estende desde o ano passado, o estado não conseguiu se recuperar e começou a temporada com a situação mais grave que a vista antes, e a região já vive as consequências:

  • O Rio Purus, importante para o abastecimento e navegação, está com um déficit de água (menos chuva) maior que no ano passado.
  • Ao todo, 19 rios receberam neste ano menos água do que 2023, o que indica que a descida pode ser mais severa.
  • O Solimões, na altura da cidade de Tabatinga, já registrou uma descida de quase um metro em cinco dias.
  • A Defesa Civil estadual recomendou que moradores de regiões muito afetadas na última seca, e que ficaram isoladas – já que um meio de transporte importante no Amazonas é a navegação – estocassem água e comida desde já.
  • A associação que representa as empresas na Zona Franca de Manaus disse que há preocupação de novas perdas.
  • Para tentar evitar as perdas e o impacto no preço dos produtos, o governo federal anunciou um investimento de mais de R$ 500 milhões para a dragagem dos rios, processo que “escava” para que o rio possa ficar mais fundo e permitir a navegação.

Ainda não há como mensurar o estrago que pode ser causado, mas há como ter uma ideia, pelo que houve em 2023.

  • O Rio Negro, importante afluente da bacia amazônica, chegou ao nível mais baixo registrado em mais de 100 anos.
  • A seca afetou 62 cidades e impactou mais de 600 mil pessoas, centenas de animais morreram, e a economia viu uma perda bilionária para a região e para o país. Isso porque o Amazonas abriga um dos maiores polos de produtos eletrônicos, a Zona Franca de Manaus.
  •  As empresas anunciaram gastos de R$ 1,4 bilhão pela falta de água, o que impactou o preço dos produtos que são distribuídos para todo o território nacional.

2. Por que o estado vive um novo ciclo de estiagem?