SEP confirma novo presidente da Docas do Rio através de ofício
Através do Ofício 977/2015/SEP/PR, enviado aos Cuidados da Senhora Rita de Cássia Vandanezi Munck, Presidente do Conselho de Administração da Cia. Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), o Ministro Edinho Araújo confirmou aquilo que os jornais já vinham informando, ou seja, que o novo Diretor-presidente da CDRJ, apadrinhado dos Deputados Eduardo Cunha e Leonardo Picciani, ambos do PMDB, será Alexandre Porto Gadelha, Ex-diretor da Nuclebrás Equipamentos Pesados S/A. (Nuclep). A nomeação do apadrinhado será na quinta-feira 28/05 durante a reunião do Consad.
Notem que o documento tem sua numeração e data escritas à caneta, ou seja, já estava pronto e assinado pelo Ministro dos Portos, aguardando apenas as negociatas do ajuste fiscal, sendo que, claramente, a direção da CDRJ refere-se apenas a uma das tantas parcelas de itens a serem aprovados. É assim que os rumos dos nossos portos são definidos, na base da parcela, na negociata, no aparelhamento e no fatiamento.
Lamentavelmente, a política, mais uma vez, ganhou preferência e espaço em um setor onde a eficiência e o alto nível de tecnicidade são condições básicas. A história tende a ser repetir, pois é evidente que esse Senhor vem para aparelhar a companhia e cometer as mesmíssimas mazelas dos apadrinhados sanguessugas indicados por partidos políticos anteriormente. É a velha história, “Diga-me com quem andas e te direi quem és!”. Afinal de contas, qual o interesse de Deputados nos nossos portos?
Já ao Ministro Edinho Araújo (do mesmo partido dos Deputados), com todo respeito que devemos ao cargo e não à pessoa dele, mostrou não ter coragem ao entregar a gestão da CDRJ (destruída por aparelhamentos e fatiamentos de cargos, sem alfandegamento das suas áreas) ao PMDB e não enfrentar o sistema como deveria. E não adianta ficar falando pelos cantos que está constrangido com essa nomeação, que não queria mudara gestão da CDRJ, se fazendo de vitima do sistema. Um Ministro que se preze deve defender os interesses e a eficiência de seu setor e ter a coragem de enfrentar esse sistema, ainda que ele seja poderoso, corrosivo, sem ética e comprovadamente corrupto, como é a política brasileira. A falta de coragem também se estende ao Chefe de Gabinete dele, que correu de uma conversa franca conosco ao telefone, vez que não retornou nossas 06 tentativas de contato e não respondeu nossas mensagens.
Tão lamentável quanto à falta de coragem do Ministro dos Portos é a falta de atitude da comunidade portuária e marítima, composta por terminais portuários, armadores e demais prestadores de serviços. São capazes de oferecer um almoço para homenagear a boa gestão que a atual diretoria vem fazendo na CDRJ, mas se acovardam ao não defender a Autoridade Portuária do aparelhamento.
E assim vamos tocando os nossos portos. Agora, resta aos funcionários de CDRJ e seus sindicatos sentarem e chorarem, pois tudo voltará a ser como dantes no quartel de Abrantes. Já a comunidade portuária e marítima, afirmamos que é bom começar a preparar seus caixas já perfurados pela crise do país, pois terão que contribuir com as campanhas das eleições municipais do ano que vem, obviamente, se seus componentes quiserem trabalhar em paz. Os usuários serão defendidos, pois temos ao nosso lado o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF), isso sem falar nos jornalistas, que muito nos ajudam a aumentar o volume do grito.
Fonte: Usuport Rio