Shell dobra produção e avalia novas áreas no país
A Shell conseguiu praticamente dobrar sua produção no Brasil no primeiro semestre e voltou a superar, em junho, o patamar de 90 mil barris diários, alcançado pela última vez em 2011. O presidente da empresa no país, André Araújo, anunciou ontem a continuidade dos esforços da petroleira na recuperação de seus atuais ativos, mas reiterou a intenção da multinacional em ampliar seu portfólio no Brasil.
“Estamos com apetite por novas áreas e estamos na expectativa de uma regularidade das rodadas”, comentou Araújo.
Sócia da Petrobras, da francesa Total e das chinesas CNPC e CNOOC no campo de Libra, a petroleira está presente atualmente em dois projetos produtores: o Parque das Conchas (BC-10), responsável por 65% da produção da Shell no Brasil, e o campo de Bijupirá & Salema (35%), ambos na Bacia de Campos.
De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a Shell produziu, em média, 70,1 mil barris diários de óleo equivalente (BOE/dia) no acumulado do ano, até junho. O volume é 91% maior que a produção média do primeiro semestre de 2013, de 36,5 mil BOE/dia. Em junho, a petroleira produziu, em média, 96 mil BOE/dia, uma alta de 146% na comparação anual.
A Shell concluiu esta semana mais uma etapa do projeto Parque das Conchas, com a perfuração do último poço previsto na terceira fase do projeto de desenvolvimento da área. A petroleira perfurou, ao todo, cinco poços produtores e dois injetores de água nesta etapa.
Com a conclusão das perfurações, a petroleira inicia a completação e instalação e conexão de equipamentos submarinos nos poços. A expectativa é que a produção da terceira fase do projeto comece em 2016 e atinja, no pico, entre 28 mil e 30 mil BOE/dia.
“Com a Fase 3, esperamos poder recuperar o declínio natural da produção do Parque das Conchas”, afirmou Araújo.
As novas fases de produção da área visam compensar as perdas com o declínio dos campos. No final do ano passado, a multinacional anglo-holandesa iniciou a segunda fase de produção do projeto, onde a Shell detém uma fatia de 50%, em sociedade com a indiana ONGC (27%) e a Qatar Petroleum (23%).
A Shell começou a produzir no Parque das Conchas em 2009, nos campos de Abalone, Ostra e Argonauta. O pico de produção, de mais de 90 mil de BOE/dia, foi registrado em 2010, mas os números caíram para cerca de 35 mil BOE/dia em 2013, antes da operação da Fase 2.
Além do Parque das Conchas, a empresa atribui a alta da produção ao projeto de recuperação de Bijupirá & Salema, operado pela Shell (80%), em parceria com a Petrobras (20%), onde a companhia tem investido para compensar o declínio natural da área.
“Fizemos algumas paradas na virada do ano, estamos injetando água e registramos até elevação da produção”, disse Araújo.
Fonte: Valor EconômicoAndré Ramalho | Do Rio