Sindicato protesta contra demissões em frente da Transpetro

Trabalhadores que atendem um contrato entre a Transpetro e a Queiroz Galvão, para manutenção de tanques em unidades da subsidiária da Petrobras, realizaram um protesto nesta semana diante da iminência de demissões. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de São José dos Campos e Litoral Norte fará um ato em frente ao terminal da Transpetro, em São Sebastião (litoral de São Paulo), contra o fim da prestação dos serviços pela Queiroz. O contrato expira no início de março e não será prorrogado.

Além da unidade em São Sebastião, o contrato abrange a manutenção de tanques na Refinaria Presidente Bernardes, instalada em Cubatão (SP).

Segundo Marcelo Rodolfo da Costa, presidente do sindicato, o trabalho nos tanques ainda não foi concluído e por isso o prazo do contrato poderia ser estendido. “Não estamos a favor da empresa [Queiroz Galvão] nessa situação da Lava-Jato, a nossa preocupação é que venha outra empresa sem boa condição financeira e deixe os trabalhadores na mão”, diz o sindicalista.

A Queiroz Galvão é uma das empresas citadas no âmbito da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que investiga esquema de corrupção na Petrobras. Questionada, a Transpetro não respondeu se a decisão de não prorrogar o contrato tem relação com a investigação. Tampouco se os empregos serão mantidos ou qual empresa ou consórcio assumirá os trabalhos.

Segundo o sindicato, a Queiroz Galvão já comunicou aos trabalhadores o fim do contrato, mas a Transpetro não teria se manifestado. Sem informação, os trabalhadores temem perder o emprego. “São entre 350 a 400 postos de trabalhos. Só no Tebar [Terminal Almirante Barroso, em São Sebastião] são 200 empregos, é uma das empresas que mais empregam em São Sebastião”, afirma Costa.

O Tebar é atualmente o maior terminal de transferência de petróleo do país. O petróleo chega por navio-petroleiro e segue para quatro refinarias do Estado de São Paulo por meio dos oleodutos São Sebastião-Guararema e Santos-São Sebastião.

O protesto de hoje também abarcará o recente fim de outro contrato entre a Transpetro e a Queiroz Galvão. Em janeiro, as empresas cancelaram contrato para a manutenção dos tanques nas unidades de Barueri, Guararema e Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.

Procurada, a Queiroz Galvão não se manifestou até o fechamento desta edição.

Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pires | De Santos
Foto: ilustrativa