Transporte regular de contêineres por barcaças oferece mais agilidade, sustentabilidade e menor custo

Com o intuito de ampliar as operações de transbordo fluvial de contêineres de cabotagem no Tecon Vila do Conde, em Barcarena, Pará, a Santos Brasil está operando agora duas novas rotas regulares para o transporte de contêineres em barcaças com destino a Belém (PA) e Macapá (AP). Até então as operações estavam disponíveis apenas para a cidade de Altamira, oeste do Pará, às margens do Xingu.

Desde 2008, quando a Santos Brasil assumiu o terminal, os investimentos na unidade ultrapassam os R$ 30 milhões, ampliando sua capacidade operacional para 250 mil TEU. Os investimentos incluíram expansão do pátio com mais 30 mil metros quadrados, aquisição de equipamentos, além de treinamento e capacitação de pessoal.

Para o diretor do Tecon Vila do Conde, Adonis Fernandes Garcia, o transbordo fluvial é mais seguro e proporciona maior agilidade, oferecendo para o cliente um serviço mais barato, além de ser uma opção mais viável para locais de difícil acesso. “Antes da operação de transbordo fluvial de contêineres de cabotagem ser implantada no terminal, o transporte era feito 100% pelas rodovias. Depois da cabotagem, as cargas que eram transportadas por caminhão vão por balsas, essa carga que chega a Vila do Conde é levada de balsa com os contêineres até Belém, por exemplo, e de Belém essa carga é passada para um caminhão que faz um percurso menor distribuindo em diversas cidades dentro da nossa região metropolitana”.

Segundo o gerente, tirando esse caminhão da entrada da BR da cidade o serviço é realizado com muito mais rapidez, reduzindo o tempo do serviço, já que com a utilização do transporte rodoviário as empresas também tem que contar com a restrição dos horários dos caminhões. “Hoje com as cargas de cabotagem nós estamos operando dessa forma, em Belém, Altamira e Macapá no Amapá”, completa.

As novas rotas consolidam o transporte de contêineres por balsas no terminal, solução logística lançada há um ano pela companhia, a exemplo do que já ocorre nos Estados Unidos e Europa. A proposta da Santos Brasil é continuar o mapeamento dos rios navegáveis viabilizando novas rotas fluviais para aumentar a abrangência de cidades atendidas.

“O transporte rodoviário hoje está demarcado com problemas nas estradas que não são boas, nosso intuito é ligar o Mato Grosso, Tocantins e o Sul do Pará com rios totalmente navegáveis o que vai proporcionar estrategicamente uma vasão de cargas que hoje estão degolando o Sul e o Sudeste, principalmente na parte de grãos e carne”. O objetivo da empresa é desafogar a região elevando seu crescimento.

Segundo o diretor, um trabalho em Itaituba, Santarém, vem sendo feito nesse sentido, com o intuito de ajuda-los no transporte de madeira.

“O pessoal de Itaituba tem tido uma grande dificuldade em exportar madeira por lá, então nós estamos fazendo um trabalho com o grupo para trazer essa madeira, a primeira balsa nós estamos esperando agora para o início de novembro. Nós vamos vir com a madeira de Itaituba para Vila do Conde, vamos ovar os contêineres e daqui levar para Santarém”, explica.

E completa: “Santarém é um porto muito pequeno ainda e ele não tem vocação para contêiner, ele tem vocação para grãos”.

Garcia cita ainda que o terminal tem trabalhado para que a ovação dos contêineres (estufagem) seja feita no próprio Tecon. “Nós estamos tentando trabalhar fortemente para que essa ovação seja feita por nós, porque a carga não precisa ficar presa ao contêiner já que o contêiner vazio já vai ficar aqui. Assim, o cliente ganha também na escala de custo e a mesma balsa que levou a carga, traz o contêiner de volta para Vila do Conde e daqui embarcamos essas cargas para os seus destinos finais”. Segundo o executivo, o terminal já está atendendo alguns dos clientes de Santarém, mas a primeira balsa que irá fazer o transporte dessas cargas está prevista para começar agora em novembro.

A operação também tem demostrado forte crescimento junto às empresas que têm demandas de projetos locais como hidrelétricas, siderúrgicas e empreendimentos ligados à exploração de mineral. Além do grande potencial fluvial, a região é estratégica devido à proximidade de rotas marítimas internacionais. Atualmente, o Tecon movimenta cerca de 35 mil Teus ano, sendo a maioria de contêineres de longo curso.

 Fonte: Guia Marítimo / Kamila Donato