Temperatura dos oceanos em 2023 foi a mais quente da história segundo a Unesco

Temperatura dos oceanos em 2023 foi a mais quente da história segundo a Unesco

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) divulgou, nesta segunda-feira (3), um relatório sobre as mudanças nos oceanos do planeta. Os dados indicam que 2023 foi o ano mais quente já registrado para as temperaturas oceânicas.

Embora as temperaturas dos oceanos tenham registrado um aumento médio de 1,45°C acima dos níveis pré-industriais, permanecendo dentro das metas do Acordo de Paris de manter o aquecimento global abaixo de 2°C, em algumas regiões, como o Mediterrâneo, o Oceano Atlântico Tropical e os Oceanos Austrais, esse aumento já ultrapassa os 2°C.

A taxa de aquecimento dos mares duplicou nos últimos 20 anos. O nível do mar aumentou 9 cm ao longo de 30 anos, e a taxa de subida também duplicou nesse período.

Desde a década de 1960, o oceano perdeu 2% do seu oxigênio. Outro tema preocupante é a acidificação dos mares, cuja acidez aumentou 30% desde os tempos pré-industriais e pode atingir 170% até 2100.

A fauna e a flora marinhas sofrem impactos diretos, pois são frágeis para sobreviver às mudanças de acidez que modificam o ambiente. Moluscos, por exemplo, podem desenvolver conchas mais finas e frágeis, o que diminui o índice de reprodução da espécie.

Cerca de 36% da poluição química chega aos oceanos através de rios e cursos de água. Nos oceanos Atlântico e Índico, a principal fonte de plástico são as artes de pesca abandonadas ou descartadas. No restante do mundo, incluindo as águas profundas, são os plásticos de utilização única.