Terminou ontem a licença de presidente da Transpetro
Encerrou ontem, quarta-feira (21), a licença temporária não remunerada de Sergio Machado da presidência da Transpetro, subsidiária da Petrobras responsável pelo transporte de combustíveis e processamento de gás natural. Indicado ao cargo pelo PMDB, ele está afastado desde 3 novembro, após seu nome ser citado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa em depoimento de delação premiada.
A assessoria de imprensa da Transpetro não informou se há previsão de que a licença seja novamente prorrogada. O prazo inicial do afastamento era de 31 dias, mas foi estendido por mais um mês e depois por 18 dias. A subsidiária também não divulgou se existe previsão de reunião do Conselho de Administração para decidir sobre o caso. A presidência da Transpetro está sendo ocupada interinamente pelo diretor de Gás, Cláudio Campos.
Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores da Operação Lava Jato, disse que tinha conhecimento de que a Transpetro também repassava propina a políticos. Ele relatou aos procuradores da República ter recebido R$ 500 mil de Sérgio Machado, em razão de a Diretoria de Refino e Abastecimento, que ele comandava à época, ter participado da contratação de navios para a subsidiária da Petrobras.
Ainda de acordo com o ex-dirigente da estatal, a propina foi paga em dinheiro na casa de Machado, no Rio. Costa ressaltou no depoimento que não lembra quando ocorreu o negócio, mas que teria sido entre 2009 e 2010. “[O dinheiro] foi entregue diretamente por ele [Machado], no apartamento dele no Rio de Janeiro”, contou Paulo Roberto Costa.
Ao fazer o primeiro pedido de licença não remunerada, Machado alegou que estava se afastando temporariamente da gestão da empresa para que fossem “feitos esclarecimentos” sobre seu suposto envolvimento no esquema de pagamento de propina com tentáculos na Petrobras.
Operação Lava Jato
Deflagrada pela Polícia Federal em março deste ano, a Operação Lava Jato investigou esquema de desvio de recursos públicos na Petrobras. Em razão das denúncias de superfaturamento e pagamento de propina, diversos órgãos públicos decidiram investigar a estatal – entre os quais o Ministério Público, a Controladoria-Geral da União, o Tribunal de Contas da União e o Congresso Nacional.
Em 14 de novembro, quando foi deflagrada a sétima fase da Operação Lava Jato, 25 pessoas foram presas, incluindo executivos de empreiteiras que têm contrato assinado com a Petrobras e o ex-diretor da estatal Renato Duque. Em dezembro, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo caso na primeira instância, aceitou denúncia contra 39 investigados na sétima etapa da operação.
Fonte: G1, em Brasília