OPERANTAR XLIII: navios da Marinha retornam ao Brasil

OPERANTAR XLIII: navios da Marinha retornam ao Brasil

O céu do Rio de Janeiro testemunhou, neste final de semana, o retorno triunfante dos navios “Ary Rongel” e “Almirante Maximiano”, encerrando a fase de verão da OPERANTAR XLIII. Após seis meses de apoio à pesquisa científica e logística na Antártica, a Marinha do Brasil reafirma sua presença estratégica no continente gelado.

Engenharia logística e ciência em alto-mar

Ao longo da missão, os navios prestaram apoio essencial à Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), viabilizando a operação de 24 projetos de pesquisa, com o envolvimento de 165 pesquisadores. Foram transportados 400 mil litros de óleo diesel antártico, 10 toneladas de suprimentos e equipamentos cruciais para a manutenção da estação.

Além disso, os navios participaram da instalação e desmontagem de quatro acampamentos científicos, estendendo a capacidade de pesquisa a regiões remotas da Antártica. Também realizaram levantamentos hidrográficos em áreas de gelo e baixa visibilidade, contribuindo com dados fundamentais para a atualização de cartas náuticas e para a segurança da navegação.

Histórias de superação e emoção no retorno

Para os militares a bordo, cada comissão é um ciclo de dedicação intensa e, muitas vezes, de renúncia pessoal. O Primeiro-Sargento Alisson Unias Aragão, do “Almirante Maximiano”, retornou ao Brasil sem ter visto o nascimento de seu filho. “É uma satisfação muito grande voltar à nossa terra natal. Meu filho nasceu durante essa missão. Ainda não tive a oportunidade de pegá-lo nos braços”, disse, emocionado.

O retorno foi celebrado por familiares na Base Naval da Ilha das Cobras, em um clima de emoção e reconhecimento. A bordo, os militares convivem por meses sob condições meteorológicas adversas, enfrentando gelo, ventos extremos e longos períodos de isolamento. Mesmo assim, como afirmou o Comandante do “Ary Rongel”, Capitão de Mar e Guerra Marco Aurélio Barros de Almeida, “o mais importante é regressar com toda a tripulação sã e salva”.

Geopolítica, ciência e o papel do Brasil na Antártica

A OPERANTAR integra o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), maior programa científico contínuo do Brasil. A missão reforça o compromisso do país com o Tratado da Antártica, que privilegia a pesquisa científica e a cooperação internacional. Nesta edição, o Brasil manteve interações com as missões da Argentina, Chile, Polônia, Rússia, Equador, Canadá, Peru e Turquia.

Além da logística, a operação tem alto valor diplomático, pois garante ao Brasil voz ativa nas decisões sobre o futuro do continente antártico. A Marinha, ao conduzir o PROANTAR com excelência, demonstra sua capacidade operacional e seu papel como protagonista da diplomacia científica e ambiental brasileira.

Fonte: Defesa em Foco