Petrobras analisa se deve manter contrato com Ecoglobal

Petrobras analisa se deve manter contrato com Ecoglobal

A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse ontem, quarta-feira em CPI que a companhia está analisando se manterá negócios com a empresa Ecoglobal.

“Estamos pensando se devemos continuar ou não com o contrato da Ecoglobal devido à insegurança que isso traz”, disse. “Quero que tudo seja passado a limpo e que seja tudo correto, é tudo o que eu quero”, declarou.

Na última terça-feira, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse que a Ecoglobal presta serviços para a estatal e que estaria negociando um novo contrato com a empresa. A Ecoglobal chegou a ser alvo de aquisição de Costa, depois que ele deixou a Petrobras, em 2012.

Costa disse que teria recebido do doleiro Alberto Youssef um carro Range Roger, no valor de R$ 250 mil, por conta de serviço de consultoria para avaliar a aquisição da Ecoglobal. “O Alberto Youssef falou: ‘Paulo, eu posso te pag ar essa consultoria em espécie ou posso te comprar um carro aqui’. Como eu estava precisando trocar de carro, falei: ‘Então, compra o carro no valor da consultoria'”, disse Costa. “Se considero adequada a forma de pagamento? Sou uma empresa de consultoria, se ele quer pagar dessa maneira, não tenho nada contra. Como ele pagou? Não sei, não sei como ele pagou.”

O objetivo, disse, era avaliar a aquisição da empresa Ecoglobal, especializada em incrementar a pro dução de poços de petróleo. Ocorre que, quem compraria 75% da Ecoglobal era justamente a própria consultoria de Paulo Roberto, a Costa Global, junto de outros três sócios, entre eles, Youssef. “Fizemos várias reuniões no Rio de Janeiro, várias reuniões em São Paulo e não chegamos a uma conclusão nem em termos do valor dos R$ 18 milhões [que seria pago pela Costa Global à Ecoglobal], porque pretendíamos comprar por um valor menor. Não chegamos a um consenso. A operação não foi feita. Mas eu trabalhei muito nesse assunto da Ecoglobal.”

Foi por conta desse trabalho que Youssef teria dado o carro a Costa. “Na realidade, a consultoria foi R$ 300 mil. R$ 250 foi o carro. Depois, teve mais R$ 50 mil para fazer a blindagem”, detalhou. A Polícia Federal e o Ministér io Público apontam que não há prova da consultoria. Costa disse que, de fato, não há contrato, “mas efetuei esse trabalho para ele, e isso pode ser comprovado”.

Fonte: Valor EconômicoAndré Borges e Rafael Bitencourt